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Política

Apoiadores de Bolsonaro se empolgam, mas presença de militares na Praça da Sé é ação humanitária

Ação do Exercício foi interpretada por alguns apoiadores como resposta afirmativa à vigília pró-Bolsonaro mantida em frente à sede do Comando Militar desde a vitória de Lula

21 nov 2022 - 12h21
(atualizado às 14h11)
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O Comando Militar do Sudeste informou em rede social na noite deste domingo, 20, que a movimentação de caminhões e soldados na Praça da Sé, no centro de São Paulo, ocorre para apoio logístico a uma ação social de atendimento à população em situação de rua. A declaração contrariou o discurso, compartilhado em grupos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), de que a instalação militar seria uma forma de apoiar as vigílias instaladas em frente à sede do Comando há 22 dias, desde a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno.

O Estadão Verifica também checou o boato e constatou que as equipes militares deslocadas para o centro da capital paulista participam, desta segunda-feira, 21, até a próxima quarta-feira, 23, da ação Pop Rua Jud Sampa, um mutirão de auxílio a moradores promovido pelo Poder Judiciário através do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), que conta com a parceria do Comando Militar. Leia mais aqui.

Durante a instalação dos equipamentos no final de semana, vídeos circularam relacionando a ação do Exército com os atos antidemocráticos na capital paulista. "Irmão, não sei o que está acontecendo, mas treinamento eu nunca vi aqui na Praça da Sé. Vinte de novembro de 2022. Estávamos ali na porta do Comando Militar do Sudeste, ficamos sabendo disso aqui e eu desci aqui para dar uma olhada. É verdade! Alguma coisa está acontecendo! Os caras estão montando uma put* de uma estrutura", disse um apoiador em um vídeo.

A instalação social na Praça da Sé fica a uma hora de distância a pé ou cerca de 20 minutos de carro da sede do Comando Militar do Sudeste, na região do Parque do Ibirapuera, zona sul da capital.

Bolsonaristas em frente ao Comando Militar do Sudeste, na zona sul de São Paulo.
Bolsonaristas em frente ao Comando Militar do Sudeste, na zona sul de São Paulo.
Foto: Daniel Teixeira/Estadão / Estadão

No posicionamento do Comando Militar do Sudeste na rede social, alguns internautas se manifestaram com mensagens insinuando que o apoio logístico na Sé teria outro significado subentendido : "Parabéns. Entendedores entendem.", disse um usuário. "Essa função não é da assistência social do municipal? Não engoli essa!", afirmou outro.

Na cidade de São Paulo, a concentração de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) se iniciou após a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno, no dia 30 de outubro. Inicialmente em formato de protesto, a manifestação se transformou em uma espécie de vigília pró-Bolsonaro. Cartazes mostram frases como "Brazil was stolen" (o Brasil foi roubado) e "SOS Forças Armadas". Os dias de "resistência civil" são contados em uma placa e, até este domingo, chegavam a 21.

Estadão
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