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Política

Após 18 anos de carreira, Deltan Dallagnol renuncia ao MPF

"Creio que posso fazer mais pelo País fora do Ministério Público", diz Dallagnol

4 nov 2021 - 18h32
(atualizado às 19h01)
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Procurador da República Deltan Dallagnol durante evento em Brasília
20/03/2015 REUTERS/Ueslei Marcelino
Procurador da República Deltan Dallagnol durante evento em Brasília 20/03/2015 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Depois de uma carreira de 18 anos no Ministério Público Federal (MPF), o procurador da República Deltan Dallagnol confirmou nesta quinta-feira (4) que renunciou ao cargo, como adiantou a colunista Eliane Cantanhêde.

Em vídeo publicado nas redes sociais, o ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato diz que o legado da operação no combate à corrupção tem sido "desfeito" e que ele poderá "fazer mais pelo País" fora do Ministério Público.

"Os nossos instrumentos de trabalho para alcançar a Justiça vem sendo enfraquecidos, destruídos, e nós temos sido impedidos até mesmo de envolver a sociedade nesse debate por meio da opinião e da crítica. Por isso, eu creio que posso fazer mais pelo País fora do Ministério Público, lutando com mais liberdade pelas causas em que eu acredito", diz na gravação.

Sem confirmar pretensões políticas, Deltan diz que poderá "avaliar e refletir" melhor sobre os planos após sair definitivamente do cargo.

Chefe da equipe de procuradores que comandou a Lava Jato em seu nascedouro, em Curitiba, Deltan deixou o comando da força-tarefa em setembro, meses antes da extinção definitiva da operação que demoliu sólida estrutura de corrupção instalada na Petrobras entre 2003 e 2014.

Políticos, doleiros, ex-dirigentes da petrolífera foram contemplados com propinas milionárias do clube dos maiores empreiteiros que formaram um cartel para garantir os principais contratos de áreas estratégicas, como a Abastecimento, Serviços e Internacional.

Com a saída do Ministério Público Federal, o procurador terá o caminho livre para seguir os passos do ex-juiz Sérgio Moro, que pretende se lançar candidato ao Planalto nas eleições do ano que vem.

Estadão
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