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Política

Após bloqueio do X no Brasil, Casa Branca diz que todos devem ter acesso às redes sociais

Questionada sobre conflito entre Elon Musk e Alexandre de Moraes, Karine Jean-Pierre, porta-voz do governo americano, disse que o uso das plataformas é uma 'forma de liberdade de expressão'

18 set 2024 - 19h49
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BRASÍLIA - Ao comentar sobre a suspensão do X (antigo Twitter) no Brasil, a Casa Branca afirmou na última terça-feira, 17, que todas as pessoas devem ter acesso às redes sociais. Segundo o governo dos Estados Unidos, o uso das plataformas é uma "forma de liberdade de expressão".

A declaração foi feita pela porta-voz do governo dos Estados Unidos, Karine Jean-Pierre, após uma pergunta da jornalista da TV Globo Raquel Krähenbühl. Karine foi questionada sobre qual seria a posição da Casa Branca em relação ao conflito entre o bilionário Elon Musk, dono do X, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que culminou na suspensão da rede social no dia 30 de agosto.

"Quando se trata de mídia social, somos muito claros: pensamos que as pessoas devem ter acesso às redes sociais. É uma forma de liberdade de expressão", afirmou a porta-voz da Casa Branca.

Essa não é a primeira vez que os Estados Unidos se posicionam sobre a crise entre Moraes e Musk. Quando a rede social foi suspensa, a embaixada americana no Brasil afirmou em comunicado que a "liberdade de expressão é um pilar fundamental em uma democracia saudável".

"A Embaixada dos EUA está monitorando a situação entre o Supremo Tribunal Federal e a plataforma X. Ressaltamos que a liberdade de expressão é um pilar fundamental em uma democracia saudável. Por política interna, não comentamos decisões de tribunais ou disputas legais", disse a embaixada em nota divulgada em 30 de agosto.

A plataforma de Musk está suspensa no País desde o dia 30 de agosto, após o bilionário descumprir uma ordem de Moraes, que determinara a apresentação de um representante legal da empresa no País. No dia 17 de agosto, Musk fechou os escritórios do X no Brasil, alegando suposta censura e ameaças por parte do ministro do STF.

O conflito entre Musk e o ministro do Supremo surgiu após Moraes, que é o relator do inquérito das fake news que tramita no STF, ordenar o bloqueio de uma série de perfis do X. O descumprimento das decisões e a escalada de ataques públicos feitos pelo empresário motivaram a inclusão do bilionário no inquérito das milícias digitais.

Usuários relatam acesso ao X após bloqueio imposto pelo STF

Nesta quarta-feira, 18, usuários do X começaram a relatar que a suspensão da plataforma, que foi cumprida pelos provedores de internet após a ordem de Moraes, não está impedindo o acesso em aplicativos móveis da rede social para Android e iOS. Procurada pelo Estadão, a Agência Brasileira de Telecomunicações (Anatel), responsável por repassar a determinação do ministro para as empresas, afirmou que não houve alteração na decisão e está apurando o caso. Inicialmente, o STF declarou que houve uma "instabilidade no bloqueio de algumas redes".

"O Supremo Tribunal Federal (STF) está checando a informação sobre o acesso ao X por parte de alguns usuários. Aparentemente, é apenas uma instabilidade no bloqueio de algumas redes", afirmou a Corte em nota pela manhã.

A Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), que representa as empresas que tiveram que suspender a rede social, afirma que o X burlou a ordem de Moraes por meio de uma técnica que adota IPs dinâmicos.

De acordo com a associação, o X utilizou o Cloudflare, serviço de proxy reverso em nuvem que atua como intermediário entre os usuários e os servidores da rede social, para driblar a determinação. O sistema permite que o IP, que diferencia cada máquina, fique "escondido", dificultando o bloqueio imposto pelo STF.

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Estadão
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