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Política

Após ficar inelegível, Hang diz respeitar TSE e nega acusações: 'Apenas manifestei minha opinião’

Segundo o TSE, o empresário praticou abuso de poder econômico nas eleições municipais de Brusque, em Santa Catarina

4 mai 2023 - 20h19
(atualizado às 20h35)
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Empresário Luciano Hang, da Havan
Empresário Luciano Hang, da Havan
Foto: Felipe Rau/Estadão / Estadão

Depois de ter ficado inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o empresário Luciano Hang declarou que respeita a decisão e que não fez nada de errado. O TSE julgou que ele praticou abuso de poder econômico nas eleições municipais de 2020.

Em nota, obtida pelo Terra, Hang diz ter manifestado sua liberdade de expressão, expondo o que achava ser apropriado para que Brusque, em Santa Catarina, continuasse sendo uma região com boas oportunidades de trabalho, bons índices de segurança pública e boa qualidade de vida.

Nesta quinta-feira, 4, o colegiado cassou os mandatos do prefeito de Brusque, Ari Vequi (MDB), e do vice-prefeito, Gilmar Doerner (Republicanos). O TSE entendeu que Luciano Hang fez ostensivamente campanha em favor da eleição de Vequi mobilizando sua empresa, a rede de lojas Havan, para favorecer o candidato em detrimento dos adversários.

Confira o posicionamento de Luciano Hang na íntegra:

  • Brusque é um exemplo para o nosso país. Uma cidade com pleno emprego, que acolhe milhares de pessoas de todo o Brasil em busca de oportunidades, possui a cultura empreendedora, apresenta bons índices na segurança pública e ótima qualidade de vida. 
  • Como cidadão, que nasceu e mora em Brusque, manifestei a minha liberdade de expressão, expondo aquilo que achava mais apropriado para que nossa cidade continuasse seguindo nesse caminho. 
  • Por fim, foi o povo que escolheu pela continuidade da geração de empregos e da qualidade de vida em Brusque. 
  • Respeito o Tribunal Superior Eleitoral, mas tenho a convicção de que nada fiz de errado, pois sei que apenas manifestei a minha opinião como qualquer cidadão.

Entenda o caso

Durante o governo do então presidente Jair Bolsonaro, Hang foi um dos empresários mais próximos ao chefe do Executivo. Em 2020, ele chegou a ser alvo de bloqueio de bens e busca e apreensão em investigações do Supremo Tribunal Federal (STF) em inquérito que apurava ataques a ministros da corte.

Na ação movida pela chapa formada por Podemos, PT, PSB e PV, a alegação é de que a estrutura, bens, funcionários, fornecedores, além de ações de marketing e da própria marca, foram usados para favorecer a chapa vitoriosa.

Na retomada do julgamento nesta quinta, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, abriu divergência em relação ao relator da ação e agora ministro aposentado, Ricardo Lewandowski, e votou para condenar os envolvidos.

Segundo Moraes, houve uma "verdadeira campanha paralela" para prejudicar campanhas adversárias, o que leva a um desvirtuamento da lisura das eleições.

"Se nós autorizarmos empresas que estabeleçam durante a campanha publicidade paralela sem nenhum limite, nós estaremos placitando o abuso de poder econômico", afirmou.

Moraes foi seguido pelos ministros Benedito Gonçalves, Cármen Lúcia, Sergio Banhos e Carlos Horbach. Foram votos vencidos os ministros Lewandowski e Raul Araújo.

O TSE informou que uma nova eleição deverá ser realizada para eleger novos prefeito e vice-prefeito do município catarinense.

Fonte: Redação Terra
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