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Política

Após ministra criticar 'cura gay', Feliciano ameaça: 2014 é ano eleitoral

Ministra Maria do Rosário afirmou na terça-feira que governo se mobilizaria para evitar tramitação de proposta aprovada pela CDH

19 jun 2013 - 15h03
(atualizado às 15h07)
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O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDH) da Câmara, deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), rebateu nesta quarta-feira as declarações da ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, que na terça-feira disse que vai trabalhar para evitar a aprovação do projeto que autoriza psicólogos a tratar homossexuais com o objetivo de curá-los, a chamada "cura gay".

Ontem, a Comissão de Direitos Humanos, em votação simbólica, aprovou o projeto de decreto legislativo, de autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), que visa suprimir um dos trechos da Resolução nº 1/99 do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que proíbe os profissionais da área de participar de terapia para alterar a orientação sexual e de atribuir caráter patológico (de doença) à homossexualidade. A proposta ainda precisa ser votada pelas comissões de Seguridade Social e Família e de Constituição e Justiça (CCJ).

Para Feliciano, a interferência do Executivo no Legislativo é "perigosa" e a ministra deve "tomar cuidado" porque 2014 é um ano eleitoral. "Acho que ela está mexendo onde não devia. Senhora ministra, juízo. Fale com a sua presidenta (Dilma Rousseff), porque o ano que vem é político", ironizou Feliciano em referência ao apoio dos evangélicos à eventual candidatura de Dilma para disputar a reeleição.

"Dona ministra Maria do Rosário, dizer que o governo vai interferir no Legislativo é muito perigoso. É perigoso, dona ministra, principalmente, porque ela mexe com a bancada inteira, feita não só por religiosos", acrescentou Feliciano antes do início de audiência pública na CDH sobre a situação do Programa Brasil Quilombola.

Perguntado sobre as críticas que vem recebendo em manifestações espalhadas pelo País, Feliciano preferiu não responder e disse que abrirá espaço na comissão para ouvir as reivindicações de minorias como os negros e índios.

"Essas minorias têm que ser ouvidas nesta Casa. São brasileiros de verdade, herdeiros das pessoas que foram escravizadas no país. A situação deles não é enxergada pelo governo como deveria ser. Como a situação dos índios. A morte dos índios (terenas, em Mato Grosso do Sul) poderia ter sido evitada se a Comissão de Direitos Humanos tivesse se debruçado sobre a situação deles nos últimos oito ou dez anos, coisa que não aconteceu."

Agência Brasil Agência Brasil
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