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Política

Após novo depoimento, Moraes mantém acordo de delação premiada de Mauro Cid, diz defesa

Tenente-coronel prestou depoimento à Suprema Corte por cerca de 2 horas nesta quinta-feira

21 nov 2024 - 17h05
(atualizado às 18h50)
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Mauro Cid
Mauro Cid
Foto: Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve a validade do acordo de delação premiada Mauro Cid nesta quinta-feira, 21, após depoimento de quase 3 horas na Suprema Corte. A colaboração premiada foi firmada entre a Polícia Federal e o tenente-coronel em 2023. 

De acordo com o Estado de S. Paulo, Cid esclareceu as divergências ditas em depoimento à PF na última terça-feira, 19. As informações seguem "sob apuração" da Polícia Federal. O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) chegou ao STF por volta das 13h30 desta quinta-feira.

O tenente-coronel ficou frente a frente com o ministro Alexandre de Moraes, que é responsável pela homologação de sua colaboração premiada. Coube a Moraes decidir se iria manter ou não o acordo, tendo em vista que a PF apontou omissão de informações de Cid em seu último depoimento.

No depoimento, o tenente-coronel negou ter conhecimento sobre o plano golpista para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro da Suprema Corte, Alexandre de Moraes.

No entanto, a Operação Contragolpe, deflagrada pela PF naquele mesmo dia, apontou que uma das reuniões do planejamento para assassinar Lula foi realizada na casa do general Braga Netto, em 12 de novembro de 2022, e que Mauro Cid estava presente. 

O advogado de Mauro Cid, Cezar Roberto Bittencourt, disse ainda que a audiência foi um "procedimento normal" e que não tinha relação com as mensagens que o tenente-coronel suspostamente apagou de seu celular. 

Acordo de delação premiada com a PF

Em 2023, Cid aceitou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal para revelar informações sobre fatos ocorridos dentro do governo Bolsonaro, como o caso da fraude nos cartões de vacina do ex-presidente e de sua família. 

No acordo firmado com a PF, Cid pediu para que seus familiares fossem poupados de qualquer punição, tendo em vista que, na época, a esposa, Gabriela Santiago, e o pai, general Mauro Cesar Cid, seriam investigados por suposto envolvimento no caso da fraude dos cartões de vacina. 

Entre os benefícios concedidos a Mauro Cid na delação premiada está também sua liberdade provisória com uso de tornozeleira eletrônica.

Segundo O Globo, os advogados de Cid tentavam convencer ele, na manhã desta quinta-feira, para que ele falasse no depoimento tudo sobre o que ele sabia em relação ao plano de matar Lula, Alckmin e Moraes. 

Além disso, a defesa de Cid também solicitou que ele detalhasse os conteúdos apagados do seu aparelho celular - a PF já recuperou os arquivos. Esta seria a saída mais certeira, de acordo com os advogados, para que ele conseguisse manter seus benefícios da colaboração premiada.

Em documento enviado à Corte, a PF afirmou que Cid omitiu informações e, por isso, descumpriu cláusulas do acordo firmado na delação. Este mesmo relatório foi encaminhado por Moraes à Procuradoria-Geral da República (PGR).

Fonte: Redação Terra
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