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Política

Após protestos, Cunha diz que manifestantes só tumultuam

Presidente da Câmara enfrentou protestos em evento na Assembleia Legislativa de Porto Alegre

30 mar 2015 - 13h18
(atualizado às 13h40)
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<p>Eduardo Cunha ficou irritado com as manifestações que sofreu em Porto Alegre</p>
Eduardo Cunha ficou irritado com as manifestações que sofreu em Porto Alegre
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ) voltou a enfrentar protestos na manhã desta segunda feira em Porto Alegre, onde participou de um evento realizado pela Assembleia Legislativa gaúcha para debater a reforma politica. Cunha e o vice-presidente da República, Michel Temer, eram os dois principais convidados do evento com início previsto para as 9h. Contudo, pelo menos uma hora antes disso, manifestantes começaram a tomar conta do auditório Dante Barone, onde acontecia o debate.

Com cartazes pedindo “reforma política para o povo”, “fora Cunha” e "corrupto", os manifestantes impediram que a mesa do evento pudesse começar os trabalhos. Toda a vez que os integrantes eram anunciados as vaias eram fortes, intercaladas com frases como:  “Cunha seu racista”, “vai se f****” e leva o Sartori (governador do RS) com você”.

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Na mesa do evento, além de Temer e Cunha estavam as principais autoridades políticas do Estado, como  governador, o presidente da Assembleia, deputado Edson Brum (PMDB), o prefeito de Porto alegre, José Fortunati (sem partido) e autoridades do poder judiciário.

RS: grupo protesta contra Cunha na Assembleia Legislativa:

Além do tumulto e da mudança de local, o efeito dos protestos ficou evidente também sobre o ânimo dos palestrantes. Cunha começou com uma referência à intolerância e se ateve a questões mais técnicas a respeito das propostas de reforma existentes. Temer fez uma breve introdução a respeito da democracia e também discorreu sobre os modelos de reforma em discussão.

Ambos se retiraram logo após a fala de Temer. Na saída, concederam coletivas separadas. Temer disse que as manifestações fazem parte da democracia, mas admitiu ter ficado surpreso pelo fato de elas não cessarem nem durante a execução do hino nacional. Reafirmou que o PMDB está no governo, adiantou que a questão envolvendo a nomeação de Henrique Eduardo Alves para o ministério deve se resolver nesta semana e disse que as falas do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sobre a presidente Dilma Rousseff (PT) tiveram seu conteúdo exacerbado.  As considerações de Levy envolvendo a capacidade de Dilma foram feitas durante palestra a estudantes, divulgadas pelo jornal Folha de São Paulo e motivaram uma nota por parte do ministro, lamentando a “interpretação” de suas declarações. 

Cunha tentou minimizar as vaias e xingamentos que recebeu em Porto Alegre. “Não estou nem um pouco preocupado. Era um grupo pequeno e específico, que só veio para agredir e tumultuar. Vamos deixar que a sociedade julgue a intolerância”. Cunha disse ainda que todos sabem quem são os manifestantes, mas, pressionado pelos jornalistas a citar nominalmente os grupos que protestavam, não quis identificá-los. Ele respondeu que não pretende fazer alterações na agenda em função dos protestos que vem enfrentando ao longo dos últimos dias.

Cunha explicou suas declarações durante entrevista ao Jornal O Globo, sobre que o PMDB “finge” estar no governo. Questionado sobre qual afinal a posição do partido, resumiu: “O PMDB é governo.”

Fonte: Especial para Terra
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