Script = https://s1.trrsf.com/update-1734630909/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Política

Após 'sumiço' de 2 meses, Marta Suplicy deve voltar a aparecer ao lado de Guilherme Boulos em SP

Os dois devem participar de um jantar de arrecadação promovido pelo PSOL nesta segunda-feira; último evento juntos foi no dia 8 de março; coordenação do grupo de Boulos diz que a petista está plenamente integrada à pré-campanha

6 mai 2024 - 03h10
(atualizado às 07h21)
Compartilhar
Exibir comentários

Após um 'sumiço' de quase dois meses, a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) voltará a aparecer publicamente ao lado de seu futuro companheiro de chapa, Guilherme Boulos (PSOL), nesta segunda-feira, 6, em um jantar de arrecadação promovido pelo PSOL de São Paulo em um clube na Avenida Paulista. O pré-candidato e sua vice não participam juntos de um evento público de pré-campanha desde 8 de março, quando tomaram café da manhã com empresárias, artistas e lideranças comunitárias no Dia da Mulher.

Antes disso, o único outro compromisso aberto ao público em que Marta e Boulos estiveram juntos foi uma caminhada em fevereiro por Parelheiros, distrito da zona Sul da capital e uma das principais bases eleitorais dela. Em nenhum dos dois eventos a ex-prefeita concedeu entrevistas à imprensa e também não falou com jornalistas nenhuma vez desde que retornou ao PT no início deste ano, após deixar a sigla em 2015 acusando o partido de protagonizar um dos "maiores escândalos de corrupção" da história do país e votar a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT).

Boulos teve 12 dias de agendas de pré-campanha em São Paulo no mês passado, mas Marta não foi a nenhuma delas. A petista participaria de uma plenária na Barra Funda no dia 27 de abril para discutir propostas para as mulheres que serão incluídas no plano de governo, mas acabou não comparecendo. A justificativa foi de que ela teve uma virose.

"Marta Suplicy está plenamente integrada à pré-campanha de Guilherme Boulos", disse a equipe de pré-campanha em nota enviada ao Estadão. "A participação de Marta e as agendas da pré-candidata seguem a estratégia definida pelo conjunto da pré-campanha, incluindo a própria vice, e seguirão pelos próximos meses conforme o planejado", concluiu o texto. A ex-prefeita foi procurada pela reportagem por meio da assessoria de imprensa na sexta-feira, 3, mas não houve resposta até a publicação deste texto.

Café da manhã no início de março foi última aparição pública de Boulos e Marta juntos
Café da manhã no início de março foi última aparição pública de Boulos e Marta juntos
Foto: Felipe Rau/Estadão / Estadão

A tendência é que o número de eventos com a participação de ambos cresça gradualmente até a convenção partidária que oficializará a chapa no final de julho e depois durante a campanha eleitoral. O deputado federal Rui Falcão (PT), um dos petistas mais próximos de Marta e articulador da volta dela à sigla, avalia que a campanha não começou e que a eleição ainda não é tratada como prioridade pela população.

"Não vale a pena também ficar saturando muito com ela. O candidato é o Boulos, ela é a vice, então é um complemento importante. As pesquisas a mostram com grande potencial", disse o parlamentar. De acordo com ele, uma pesquisa qualitativa realizada pela pré-campanha aponta que os eleitores consideram Marta e Boulos uma "dupla impactante".

Além do jantar nesta segunda-feira, Boulos e Marta devem participar de um evento organizado pelo deputado federal Jilmar Tatto (PT) para comemorar os 20 anos do lançamento do Bilhete Único. Segundo o parlamentar, que foi secretário de Transportes da administração de Marta, a ideia é relacionar uma das principais marcas da gestão da petista com a proposta de Boulos de tarifa zero para o transporte público.

"É um jeito de fazer uma conexão entre o que foi o governo do PT lá atrás e o que pode ser o governo do Boulos no futuro", disse ele ao Estadão. Há a possibilidade de um terceiro evento neste mês, uma nova caminhada da ex-prefeita na Zona Sul, mas ainda não há confirmação. "A Marta tem que saber a hora certa dela estrategicamente entrar porque ela teve uma administração muito bem avaliada", opina Tatto. "Ela tem que entrar quando a bola estiver quicando e chutar".

Aliados apontam que a ex-prefeita agrega experiência de gestão à chapa e será útil para conquistar votos na periferia em razão da lembrança que os eleitores têm de sua administração e dos programas criados por ela, como o próprio Bilhete Único e os Centros Educacionais Unificados (CEUs). Revelam também que ela tem atuado nos bastidores para expandir a rede de apoio a Boulos, promovendo encontros com empresários e profissionais liberais.

"Isso é outra coisa que ela traz também: ela amplia a campanha. Embora ela tenha voltado ao PT, ela tem muitas relações fora", diz Rui Falcão, citando, por exemplo, a colaboração de Marta para conseguir o apoio do advogado José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). "Tem muita gente da sociedade, que não é petista, que está ajudando [a campanha]. Ela traz mais gente".

Um desses jantares ocorreu há cerca de 20 dias na casa do advogado e professor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, Pierpaolo Bottini. Segundo a própria Marta, que publicou uma foto com Boulos e os anfitriões, o encontro reuniu "um expressivo grupo de empresários que pensam em uma São Paulo mais moderna, eficiente, na vanguarda tecnológica e à altura dos desafios da maior cidade do nosso país!".

Na última eleição municipal, Marta apoiou o ex-prefeito Bruno Covas (PSDB), morto em 2021 vítima de um câncer, contra Boulos. Após o tucano vencer a eleição, ela se tornou secretária de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo, cargo que continuou exercendo mesmo após o então vice, Ricardo Nunes (MDB), assumir o comando da administração paulistana.

Ela foi exonerada do cargo pelo emedebista no início de janeiro deste ano, após acertar sua volta ao PT com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Marta argumentou que não poderia continuar na prefeitura porque o prefeito terá o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para tentar se reeleger. À época, Nunes declarou que a "desculpa não cola", mas disse que a palavra traição era "muito forte" para descrever o movimento feito pela ex-aliada.

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade