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Política

App tem falhas e Leite pede reunião para avaliar suspensão

Diretório paulista afirma que cerca de 26 mil filiados não conseguem votar em plataforma digital desde as 8h

21 nov 2021 - 12h13
(atualizado às 14h04)
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Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, é visto ao chegar na Convenção Nacional do PSDB
Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, é visto ao chegar na Convenção Nacional do PSDB
Foto: MATEUS BONOMI/AGIF / Estadão

Candidato nas prévias do PSDB à Presidência da República, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, formalizou no início da tarde deste domingo à Executiva Nacional do partido um pedido de reunião às 15 horas para discutir os relatos de lentidão no aplicativo de votação remota. "A partir da evolução, [vamos] tomar a decisão sobre qual o melhor encaminhamento, se é suspensão, prorrogação, adiamento. Essa solução [virá] a partir de um relatório técnico", destacou o gaúcho.

O aplicativo de votação remota vem apresentando falhas e lentidão desde o início do dia. Preocupados, os dois principais candidatos das prévias, Leite e o governador de São Paulo, João Doria, pediram a seus apoiadores que não desistam de participar da eleição interna. O partido decidiu estender das 17 horas para as 18 horas o horário limite para a votação remota dos filiados nas prévias do partido. Com isso, o anúncio do resultado final vai atrasar.

O diretório do PSDB em São Paulo informou por volta das 12h que havia instabilidade no aplicativo desde as 8h. Segundo o comunicado, até aquele horário eram 4h30 em que filiados não conseguiam votar. "Somente em São Paulo são cerca de 26 mil (62% do total) credenciados que, neste momento, não conseguem acesso ao voto", afirmaram em nota o presidente do PSDB paulista, Marco Vinholi, e o presidente do partido na Capital, Fernando Alfredo.

Na avaliação de Leite, o candidato escolhido pelo partido para disputar o Palácio do Planalto em 2022 precisa ter a "legitimidade de votação maciça". Doria, por sua vez, afirmou que a questão precisa ser esclarecida pela direção nacional do PSDB. "Você dificultar acesso a alguém que quer fazer valer seu voto não é processo adequado. Espero que isso seja corrigido. Cada voto conta", declarou o paulista.

Os principais candidatos nas prévias tucanas neste domingo são os governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. O ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio também está inscrito, mas já assumiu que se lançou na disputa apenas para marcar posição. O gaúcho pediu no início da tarde uma reunião executiva do partido para discutir os problemas de lentidão no app.

O uso da plataforma de votação remota causou divergências entre as campanhas de Leite e Doria na última semana. Em reunião na terça-feira, 16, tucanos expuseram dúvidas em relação ao app. O deputado federal Jutahy Júnior (BA), que é aliado de Leite, pediu o adiamento da votação diante de coordenadores da campanha de Doria, que reagiram. Segundo afirmou Jutahy, as prévias não poderiam ocorrer diante de falhas no aplicativo, que foi desenvolvido especialmente para o processo pela Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faurg).

Desde que a plataforma foi lançada surgiram reclamações relacionadas a seu funcionamento. O Estadão mostrou no início do mês que, segundo o presidente do PSDB paulistano, Fernando Alfredo, muitos filiados não estavam conseguindo baixar o aplicativo por terem celulares antigos, sem memória ou mesmo por não terem pacotes dados suficientes. Existem ainda casos de pessoas que não têm familiaridade com esse tipo de tecnologia ou que tentaram fazer o cadastramento, mas não conseguiram por motivos técnicos.

Para garantir o maior número de adesões, o diretório do PSDB da capital, que está fechado com Doria, montou um mutirão com 20 voluntários para orientar as pessoas sobre como utilizar o aplicativo ao longo do final de semana. Cerca de 70 pessoas participaram do trabalho. A campanha de Leite fez o mesmo, oferecendo uma estrutura de apoio para quem tinha dificuldades em acessar o sistema.

O PSDB reforça que o aplicativo é seguro. De acordo com a executiva nacional, houve um processo de aperfeiçoamento realizado nos últimos 20 dias, quando foram identificados 43 ataques a perfis tucanos cadastrados no período.

Estadão
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