Script = https://s1.trrsf.com/update-1731945833/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Política

Aqui é o hacker, diz mensagem em grupo do Ministério Público

12 jun 2019 - 12h39
(atualizado às 14h58)
Compartilhar
Exibir comentários
Bancada governista exibe cartazes em alusão ao conteúdo vazado de supostas mensagens trocadas pelo então juiz federal Sergio Moro e o coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, publicado pelo site The Intercept Brasil
Bancada governista exibe cartazes em alusão ao conteúdo vazado de supostas mensagens trocadas pelo então juiz federal Sergio Moro e o coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, publicado pelo site The Intercept Brasil
Foto: Dida Sampaio / Estadão

Mensagens enviadas a partir do celular de um conselheiro do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) no grupo de Telegram do colegiado chamaram a atenção dos colegas para a invasão de hacker no chat de conversas. Um dos torpedos dizia que o caso revelado no domingo (9) pelo site The Intercept Brasil envolvendo o ministro da Justiça, Sergio Moro, e o procurador da República Deltan Dallagnol era apenas "uma amostra do que vocês vão ver na semana que vem", dizia o texto.

As mensagens foram disparadas do celular do conselheiro Marcelo Weitzel Rabello de Souza nesta terça-feira, 11, por volta das 23h. Os colegas estranharam o tom dos torpedos e começaram a questionar o conselheiro no grupo. Na sequência, receberam outro torpedo dizendo: "Aqui é o hacker".

Os conselheiros então ligaram para Souza, que argumentou que não estaria usando o aparelho no momento dos envios das mensagens. O conselheiro nega que seja uma brincadeira dele com os colegas.

Segundo fontes, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, também pode ser uma das participantes desse grupo de Telegram do CNMP. Ela preside o colegiado, que usa o chat de forma institucional, para agendamento de datas de julgamentos ou troca de opiniões. Procurada, Raquel Dodge ainda não retornou para comentar.

Na segunda-feira (10), o corregedor nacional do Ministério Público, Orlando Rochadel, instaurou reclamação disciplinar para apurar as trocas de mensagens envolvendo o procurador Deltan Dallagnol. A instauração da reclamação foi feita com base nos pedidos dos conselheiros Luiz Fernando Bandeira, Gustavo Rocha, Erick Venâncio e Leonardo Accioly. O corregedor nacional também determinou a notificação dos membros do Ministério Público Federal integrantes da Operação Lava Jato para manifestação no prazo de 10 dias.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que a Polícia Federal instaurou há cerca de um mês um inquérito para investigar ataques feitos por hackers aos celulares de procuradores da República que atuam nas forças-tarefas da Lava Jato em Curitiba, no Rio e em São Paulo. Há poucos dias, outro inquérito foi aberto para apurar ataques ao celular do ministro Sergio Moro.

No domingo, o site The Intercept Brasil divulgou conteúdo de supostas mensagens trocadas pelo então juiz federal Sergio Moro e por integrantes do Ministério Público Federal, como o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.

As conversas mostrariam que Moro teria orientado investigações da Lava Jato por meio de mensagens trocadas no aplicativo Telegram. O site afirmou que recebeu o material de fonte anônima. O The Intercept tem entre seus fundadores Glenn Greenwald, americano radicado no Brasil que é um dos autores da reportagem.

De acordo com o site, há conversas escritas e gravadas nas quais Moro sugeriu mudança da ordem de fases da Lava Jato, além de dar conselhos, fornecer pistas e antecipar uma decisão a Dallagnol.

Os hackers miraram especialmente em mensagens trocadas por meio do Telegram. As vítimas, que não haviam acionado a verificação em duas etapas, recurso que adiciona camada adicional de segurança às mensagens, tiveram suas conversas violadas pelos criminosos, segundo fonte a par da investigação.

Os procuradores notificaram a Polícia Federal após um deles desconfiar de mensagem recebida por meio do aplicativo. O ataque em massa foi descoberto e começou a ser apurado pela PF.

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade