'As pessoas que tentaram dar golpe serão presas', diz Lula durante ato de 1º de maio
Presidente afirmou que "mentira nunca levou ninguém a lugar nenhum" e pediu cuidado com uso de celular
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta segunda-feira, 1º, do ato organizados pelas centrais sindicais no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, em homenagem ao Dia do Trabalhador. Durante o seu discurso, o petista recriminou as fakes news e lembrou o ataque golpista de 8 de janeiro.
"A gente não pode permitir que a mentira continue prevalecendo nesse país. Não podemos deixar a mentira neste país. Quem tem celular tem de ficar atento, esperto, a mentira nunca levou ninguém a lugar nenhum", afirmou Lula.
"Eles tentaram dar um golpe no dia 8. Todas as pessoas que tentaram dar golpe serão presas. Não pode mandar mensagem mentirosa, não pode passar para frente aquilo que você sabe que pode prejudicar a pessoa. A mentira nunca levou ninguém a lugar nenhum", completou.
Lula ainda disse que "foi a verdade que derrotou o ex-presidente da República", em recado sobre a disputa eleitoral com Jair Bolsonaro (PL).
Ataque ao Banco Central
Durante o ato no centro da capital paulista, o presidente voltou a criticar o Banco Central e associou a alta da taxa de juros ao desemprego no País: "A gente não poder viver mais em um país aonde a taxa de juros não controla a inflação, ela controla, na verdade, o desemprego nesse país porque ela é responsável por uma parte da situação que nós vivemos hoje."
Nos primeiros quatro meses de governo, Lula e Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, entraram em rota de colisão. O presidente já critou inúmeras vezes a taxa Selic, mantida em 13,75%, o maior valor em mais de seis anos. Em sua última reunião, o Copom considerou necessário manter a taxa de juros altas para segurar a inflação.
Ao lado de Lula no palco, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, defendeu a redução da taxa de juros e chamou Campos Neto de "picareta". "Tem de cair a taxa de juros, tem de cair esse picareta do Campos Neto. A partir de amanhã o movimento sindical está em campanha permanente pela queda da taxa de juros", disse.
Além de tratar do aumento anunciado do salário mínimo a R$ 1.320 e da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 2.640, o presidente disse ter a intenção de regulamentar o trabalho em aplicativos.
Também afirmou que determinou estudos para avaliar a desoneração do pagamento da participação dos lucros dos trabalhadores, o chamado PLR, que poderia ocorrer já no próximo ano. Ele chamou de "absurdo" o pagamento de imposto sobre o Programa de Participação nos Lucros e Resultados.
"Se o patrão não paga imposto de renda sobre lucro e dividendo, porque os trabalhadores têm que pagar imposto no PLR? Estamos estudando, quem sabe para o próximo ano. O trabalhador não pode pagar imposto de renda sobre a participação dele no lucro da empresa", reclamou o presidente durante discurso no ato unificado das centrais sindicais realizado hoje no Vale do Anhangabaú, em São Paulo.
Segundo Lula, o fim da cobrança do imposto foi um pedido das centrais em reunião com ele e com Haddad.
Lula ainda anunciou duas novas universidades federais em São Paulo. Uma delas em Osasco e outra na zona leste da capital paulista, que seria entregue até o 2026. O presidente disse já ter tratado do assunto com o ministro da Educação Camilo Santana e também prometeu concluir a Universidade Federal do ABC.
Apesar de convidado pela União Geral dos Trabalhadores, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) não esteve presente no ato para ir ao Agrishow, em Ribeirão Preto, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Participaram do evento os ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Luiz Marinho (Trabalho), Paulo Pimenta (Comunicação Social) e Cida Gonçalves (Mulher).
*Com informações do Estadão Conteúdo