Assessor de Dilma vai à Venezuela para participar de homenagem a Chavéz
O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, seguirá para Venezuela para participar das homenagens ao primeiro ano da morte do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, previstos para serem realizados amanhã.
Em declarações à Agência Efe, um porta-voz do governo confirmou a presença de García na homenagem pelo primeiro aniversário do falecimento do líder da chamada "revolução bolivariana", mas negou que a viagem do influente assessor tivesse o propósito de uma eventual intervenção do governo brasileiro na crise venezuelana.
Entre ontem e hoje, alguns jornais chegaram a afirmar que a viagem de García a Caracas teria o objetivo de apresentar uma proposta de intermediação na crise política venezuelana, recrudescida nos últimos dias com confrontos entre partidários do governo de Nicolás Maduro e opositores.
Diante dessa eventual intervenção do governo, o chanceler venezuelano, Elías Jaua, afirmou hoje em Genebra que a Venezuela não necessita de mediação internacional para resolver seus problemas internos.
"Não há nenhuma proposta formal de mediação de nenhum país.... De todas as maneiras, a Venezuela não necessita de nenhuma mediação internacional. Os problemas que temos podem ser resolvidos entre os venezuelanos", afirmou Jaua em entrevista coletiva na Suíça, onde discursou na sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU.
A imprensa brasileira também lembrou que o governo não emitiu nenhum comunicado específico sobre a crise venezuelana, embora a posição oficial, de acordo com os tratados do Mercosul, seja de apoio ao governo de Maduro.
Em sua recente visita a Bruxelas, onde participou da reunião de alto nível com representantes da União Europeia (UE), Dilma abordou a situação venezuelana e assegurou que "não cabe ao Brasil discutir a história da Venezuela e nem o que a Venezuela deve fazer".
"Para o Brasil é muito importante que se olhe sempre a Venezuela do ponto de vista dos efetivos ganhos que eles tiveram nesse processo em termos de educação e saúde para o seu povo", apontou.
Nessa declaração, a única sobre a crise política venezuelana por parte da presidente, Dilma comparou a situação da Venezuela com o "caos" vivido na Ucrânia.
"O caso da Venezuela é distinto, não é uma situação igual à da Ucrânia. Sempre tivemos dentro dos órgãos latino-americanos uma posição de dar apoio à democracia, e não vamos abandonar", ressaltou.