Ato no Congresso em memória do 8 de janeiro ocorre nesta segunda; veja programação
Na tarde desta segunda, o Congresso vai receber uma solenidade com discursos de Lula e dos presidentes dos Três Poderes; no STF, exposição aberta ao público irá mostrar registros dos ataques antidemocráticos
BRASÍLIA - Os Três Poderes vão realizar nesta segunda-feira, 8, uma cerimônia em memória dos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro no Congresso Nacional. Convocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, evento espera o comparecimento de 500 autoridades, que vai começar às 15 horas no Salão Negro da sede do Legislativo.
Entre as autoridades participantes, estão o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e o vice-presidente, Geraldo Alckmin. Também foram convidados governadores de Estado, ministros do governo Lula, secretários executivos dos ministérios e presidentes de estatais.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), era esperado para o ato. No entanto, segundo assessoria do deputado, ele precisou cancelar sua participação por causa de problemas de saúde na família, em Alagoas.
O evento terá a presença da ex-ministra do STF Rosa Weber, do presidente do Banco Central (BC) Roberto Campos Neto, e do novo procurador-geral da República, Paulo Gonet. Também estarão no Congresso a primeira-dama Janja da Silva e segunda-dama Lu Alckmin.
Também foram chamados representantes das organizações da sociedade civil. Uma das participações confirmadas é de Aline Sousa, integrante do Movimento Catadores do Distrito Federal que entregou a faixa presidencial a Lula sete dias antes dos ataques aos Três Poderes.
Veja a programação do evento que marca um ano do 8 de janeiro no Congresso
O ato será aberto com a ministra da Cultura, Margareth Menezes, cantando o Hino Nacional. Após a solenidade, será veiculado um vídeo institucional. Na sequência, Lula, Moraes, Lira e Pacheco irão discursar. Também terá um tempo de fala a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), que vai representar os chefes dos Executivos estaduais.
Para encerrar o ato, as autoridades irão receber simbolicamente uma tapeçaria de autoria do artista plástico Burle Marx, que foi depredada durante a invasão do Congresso e restaurada após os ataques. Também será entregue a réplica da Constituição Federal que foi removida do acervo do STF pelos golpistas e recuperada sem danos pela Polícia Federal (PF).
Governadores de oposição não estarão presentes
O evento no Congresso deve ter a presença esvaziada de governadores de oposição ao governo Lula. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que foi afastado das suas funções após os ataques de 8 de janeiro pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, não irá comparecer ao Congresso pois está de férias. O Executivo da capital federal será representado pela vice-governadora Celina Leão (PP).
O governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), também desfalcará a bancada de governadores por recesso das atividades administrativas. O seu vice, Barbosinha (PP) também não comparecerá ao Congresso devido a agendas no interior do Estado. Em contrapartida, os outros dois chefes de Executivo estaduais do PSDB, Raquel Lyra, de Pernambuco, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, confirmaram as suas presenças ao Estadão.
Quem também não estará em Brasília é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) que está na Europa. O vice-governador Felicio Ramuth (PSD) também não está no Brasil.
O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL) e Cláudio Castro (PL), que fazem parte do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmaram, por meio das suas assessorias, que não sabem se irão participar da solenidade. A equipe do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse que a sua ida para o evento ainda não foi definida.
Já o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), enviou um ofício a Lula agradecendo pelo convite ao evento, mas disse que não poderia participar por conta de "compromissos previamente agendados".
Exposição no STF irá mostrar peças danificadas por golpistas
Também será realizado um evento para marcar o primeiro ano dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro no STF. No térreo da sede da Corte será promovida a exposição "Após 8 de janeiro: Reconstrução, memória e democracia", que estará aberto ao público das 13 às 17 horas.
A exposição irá mostrar cenas da reconstrução da Corte após os ataques e registros do trabalho das equipes responsáveis pela restauração do patrimônio do prédio. Também serão mostradas peças danificadas e fragmentos decorrentes da violência dos golpistas.
Às 14 horas da segunda, os ministros do STF irão se reunir para realizar a abertura da exposição. O ato será liderado por Luís Roberto Barroso. De lá, os magistrados devem seguir para o Congresso para acompanhar o ato no Salão Negro.