“Atuei apenas no caso das joias, não no do Rolex", diz Fábio Wajngarten
Ex-secretário de Comunicação e atua assessor de Bolsonaro afirmou que auxiliou o ex-presidente apenas no caso do Kit Rosé
O advogado Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação e atual assessor de Jair Bolsonaro, declarou que não teve qualquer participação na recompra do Rolex nos Estados Unidos, realizada por Frederick Wassef. As informações são do portal Metrópoles.
Wajngarten afirmou que sua participação no caso das joias se limitou a auxiliar Bolsonaro no que diz respeito ao chamado "Kit Rosé", conjunto de itens de luxo dado para Michelle Bolsonaro pelo regime da Arábia Saudita - caso que foi revelado pelo Estadão.
"Entro na história por conta do Kit Rosé, que a Michelle nem sabia que existia. Entro para fazer gestão de mídia. Soube do Rolex depois, pela imprensa.Todos os meus diálogos com Mauro Cid são na linha de devolver imediatamente o Kit Rosé, orientando o presidente na reparação de qualquer eventual dano", explica.
"Não tinha Rolex nessa linha do tempo. Estou fazendo uma ata notarial com as mensagens. Nunca soube do relógio vendido para a Pensilvânia (EUA), senão teria diálogo meu com o Cid nesse sentido. E não tem. Meu papel foi apenas no Kit Rosé que o [então] ministro Bento Albuquerque recebeu. Atuei como bombeiro nesse caso", completa Wajngarten.
Ele refutou, portanto, qualquer envolvimento na suspeita levantada por investigadores de que teria atuado em conjunto com Frederick Wassef na recompra do Rolex nos Estados Unidos.
Entenda o esquema de vendas de joias
Segundo a PF, Mauro Cid teria vendido com o auxílio do seu pai, o general Mauro Lourena Cid, as joias omitidas do acervo da Presidência no exterior. De acordo com os investigadores, uma das peças comercializadas pelo ex-ajudante de ordens foi um relógio da marca Rolex, estimado em R$ 300 mil e recebido por Bolsonaro em uma viagem presidencial à Arábia Saudita em 2019. Peça que foi recomprada por Wassef nos Estados Unidos para ser entregue ao Tribunal de Contas da União (TCU).
De acordo com a PF, os montantes obtidos das vendas ilegais foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal de Bolsonaro, por meio de laranjas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores. Os investigadores agora trabalham para descobrir se o ex-presidente foi ou não o mandante da ordem de realização das vendas e também da recompra.