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Política

Autor de atentado em Brasília montou armadilha com bomba para tentar matar policiais, diz PF

Na casa onde Francisco Wanderley Luiz vivia há três meses, na Ceilândia, havia mais explosivos; gaveta explodiu quando um robô antibombas da polícia abriu o compartimento

14 nov 2024 - 11h27
(atualizado às 17h31)
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BRASÍLIA - O autor do atentado ao Supremo Tribunal Federal (STF) deixou um explosivo na gaveta do local onde estava hospedado, na Ceilândia, no entorno de Brasília. O dispositivo provocou "explosão gravíssima" quando um robô antibombas foi usado para abrir o compartimento. Para a Polícia Federal, Francisco Wanderley Luiz premeditou o ato ao montar uma armadilha para agentes que fariam a perícia no imóvel.

Movimentação policial em frente à casa usada pelo autor do atentado, na Ceilândia, no início da tarde desta quinta-feira, 14
Movimentação policial em frente à casa usada pelo autor do atentado, na Ceilândia, no início da tarde desta quinta-feira, 14
Foto: Guilherme Caetano/Estadão / Estadão

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou em entrevista nesta quinta-feira, 15, haver indícios de que a armadilha foi deixada de forma proposital.

"Não é razoável pessoas cometerem atos terroristas, tentarem contra um Poder do Estado, tentarem vitimar policiais. (O autor do ataque) sabia que policiais iam a sua residência e deixou lá um artefato para matar policiais que ingressariam", disse.

A explosão foi ouvida nos arredores, segundo vizinhos. O imóvel usado pelo autor do ataque fica em uma cidade-satélite de Brasília, a cerca de 30 quilômetros da capital federal. Francisco Wanderley Luiz, o Tiü França, como era conhecido em Rio do Sul (SC), morava no local há pouco mais de três meses.

Mensagem endereçada a Debora Rodrigues foi encontrada em espelho da casa que homem alugava, na Ceilândia (DF).
Mensagem endereçada a Debora Rodrigues foi encontrada em espelho da casa que homem alugava, na Ceilândia (DF).
Foto: Guilherme Caetano/Estadão / Estadão

Em um espelho da casa, o autor do atentado deixou mensagem com alusão aos atos de 8 de Janeiro. Ele mencionou Débora Rodrigues, a golpista que pichou a estátua da Justiça em 2023 e acabou condenada. Francisco escreveu que não se deveria desperdiçar "batom" com a estátua, mas dinamite.

A Polícia Militar levou mais de 12 horas para isolar o endereço. Pela manhã, jornalistas e a vizinhança circulavam livremente pelo local, uma pequena vila de quatro casas próximo à estação Ceilândia do Metrô. A acomodação de Francisco Wanderley, composta de um quarto e um banheiro, estava repleto de destroços após a explosão provocada pelas forças de segurança. O ambiente exalava pólvora, e até o meio dia desta quinta-feira a PM não tinha retirado alguns rastros do crime, como uma caixa de rojões e canos PVC.

Estadão
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