Avaliação positiva de Lula cai a menor nível desde início do governo, diz Ipec
Segundo a sondagem, governo é bem avaliado por 33% dos entrevistados; na rodada anterior, em dezembro, a avaliação positiva era de 38%
A avaliação positiva do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou uma queda de 5 pontos percentuais em relação a dezembro, apontou pesquisa Ipec divulgada nesta sexta-feira, 8, registrando o percentual mais baixo de "ótima" e "boa" desde o início do terceiro mandato do petista.
Segundo a sondagem, o governo é bem avaliado por 33% dos 2 mil entrevistados. Na rodada anterior, em dezembro, a avaliação positiva era de 38%. Já a avaliação negativa -- soma dos que responderam "ruim" ou "péssimo" -- oscilou dentro da margem de erro para 32%, ante 30%, em dezembro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Ainda assim, o atual patamar de avaliação negativa figura como a maior avaliação negativa do governo desde o início do terceiro mandato de Lula. Os que avaliam a gestão como "regular" somaram 33%, contra 30% em dezembro.
Um ano atrás, o levantamento apontava avaliação positiva de 41%, e negativa de 24%.
Quanto à maneira de Lula governar, a pesquisa registrou oscilações dentro da margem de erro: 49% aprovam sua maneira de governar -- eram 51% em dezembro --, e 45% a desaprovam, ante 43% na rodada anterior. Os que disseram não saber ou não responderam somam os mesmos 6% detectados em dezembro.
Realizado entre os dias 1 e 5 de março, o levantamento pode ter sintonizado o rescaldo da polêmica envolvendo declaração do presidente em Adis-Abeba, na Etiópia, no dia 18 de fevereiro. Na ocasião, em entrevista coletiva, Lula comparou as mortes de palestinos na ofensiva de Israel na Faixa de Gaza ao que Hitler fez com os judeus na 2ª Guerra Mundial, provocando forte reação do governo israelense e da oposição no Brasil, que incorporou a controvérsia e a utilizou no ato de 25 de fevereiro de Bolsonaro na Avenida Paulista em São Paulo.
Os movimentos de piora de índices de avaliação do presidente também foram captadas por outras pesquisas divulgadas ao longo desta semana, como a Genial/Quaest e a AtlasIntel.
De acordo com a pesquisa Ipec desta sexta, o recuo na avaliação positiva de Lula foi mais perceptível entre os eleitores do petista em 2022, moradores do Nordeste e do Sudeste, aqueles com renda familiar mensal de até 1 salário mínimo, os autodeclarados pretos e pardos, e as mulheres, além dos que têm ensino médio. Muitos desses grupos são tradicionalmente mais simpáticos a Lula.
O nível de confiança apresentou variações dentro da margem de erro, mas aumentou a diferença entre os dois grupos. Na rodada atual, 45% disseram confiar no presidente -- em dezembro, eram 48%. Os que não confiam passaram a 51%, ante 50%, no levantamento anterior.
Quando a sondagem pede aos estrevistados que comparem o governo Lula ao de seu antecessor, Jair Bolsonaro, 30% avaliam que o atual está "melhor" (ante 32% em dezembro), 30% disseram que está "igual" (também 30% em dezembro) e 38% responderam que está "pior" (rodada anterior registrava 35%). Os que não sabem ou não responderam ficam em 3%, ante 2% na pesquisa anterior.
Sobre a expectativa em relação ao governo, 43% consideram que está no caminho certo; 50%, no caminho errado e 7% não sabem ou não responderam.