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Política

Aziz: convocação a gente faz para quem perdemos o respeito

Presidente da CPI explicou que Ricardo Barros irá novamente à comissão após culpar o colegiado pelo atraso de vacinas no Brasil

12 ago 2021 - 17h08
(atualizado às 17h17)
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Randolfe Rodrigues, Omar Aziz e Renan Calheiros fala com jornalistas
Randolfe Rodrigues, Omar Aziz e Renan Calheiros fala com jornalistas
Foto: Marcos Oliveira / Agência Senado

Após encerrar a reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid nesta quinta-feira, 12, o presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM), concedeu entrevista coletiva onde voltou a criticar o líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), por suas declarações no depoimento de hoje.

"O tucunaré morre pela boca", disse Aziz, junto com o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), reafirmando que o líder do governo será chamado novamente à CPI, dessa vez como convocado, e não na posição de convidado, como foi o caso.

Declarações de Barros de que os trabalhos da CPI estariam afastando empresas vendedoras de vacina do Brasil foi o que desencadeou a reação do comando do colegiado. "Convite é uma deferência que a gente faz a quem a gente respeita. Convocação a gente faz para quem a gente perde o respeito, para quem desrespeita a comissão", disse Aziz.

"O gran finale dele foi querer fazer uma narrativa que a CPI está atrapalhando a compra de vacinas. A própria empresa chinesa já desmentiu, em dois minutos depois que ele falou já foi desmentido", afirmou o presidente da comissão.

Há pouco, ao jornal Valor Econômico, o vice-presidente de Negócios Internacionais da farmacêutica chinesa CanSino, Pierre Morgon, negou as declarações de Barros de que os trabalhos da CPI estariam afastando empresas como a dele de fazer negócios com o País. Segundo Morgon, a empresa continua interessada nas negociações com o Brasil, e ela decidiu trocar a empresa representante do laboratório no País por questões de compliance.

Em críticas ao líder do governo, Aziz afirmou que Barros já está no radar de todo mundo que vende vacina por intermediação. "Fora os outros crimes que ele cometeu em relação à imunização de rebanho, em relação ao negacionismo", afirmou o presidente do colegiado.

O vice-presidente do colegiado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou ainda que consultará o Supremo Tribunal Federal (STF) para saber quais medidas podem ser tomadas contra o líder do governo após as acusações feitas por ele.

Dentre as diferenças entre as classificações, no convite, o depoente é desobrigado a comparecer na comissão. Já para os convocados a presença é obrigatória. Há uma controvérsia no Congresso sobre a possibilidade de uma CPI no Senado convocar deputados federais, o que poderia ser questionado pela Câmara. Antes de Barros, a polêmica já levou a comissão a transformar a convocação do deputado Osmar Terra (MDB-MS) em convite.

Estadão
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