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Política

Bahia tem disputa entre novo carlismo e força do PT

Com candidato desconhecido, ACM Neto tenta bater petismo que está há 16 anos no poder

2 out 2022 - 00h12
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O resultado das eleições de hoje ao governo da Bahia, seja ele qual for, representará um marco histórico. A disputa entre o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil) e Jerônimo Rodrigues (PT) estabelece, de um lado, a possibilidade da quebra do ciclo de 16 anos do poderio petista e a ascensão do neocarlismo. De outro, a chance da repetição da virada histórica de 2006, quando Jaques Wagner (PT) venceu o candidato carlista, Paulo Souto, no primeiro turno, apesar de as pesquisas apontarem vitória de seu adversário. Foi o fim de 16 anos do poder de ACM na Bahia.

Na época, Wagner teve como principal cabo eleitoral o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que concorria à reeleição. Mesmo cacife que tem Jerônimo agora: Lula tem 62% das intenções de voto na Bahia, segundo a última pesquisa Datafolha.

Embora ACM Neto ainda lidere com folga as intenções de voto, com 51% dos votos válidos nas duas pesquisas divulgadas neste sábado, 1º, do Datafolha e do Ipec, seguido de Jerônimo com 38% ou 40% (Ipec), as sondagens mostram uma tendência de crescimento do petista, mais de 20 pontos desde as primeiras pesquisas. O cenário se mantém aberto, na margem de erro. Ainda assim, a campanha do ex-prefeito aposta no voto "Luneto", como tem sido chamado o eleitor que vota em Lula e ACM Neto.

O levantamento do Datafolha foi contratado pela Rádio Metrópole, da Bahia, e foi realizado entre sexta-feira e sábado, entrevistando 2.500 eleitores. Ele está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com número BA-00751/2022. Já o levantamento do Ipec, nos mesmos dias, foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BA - 01710/2022 (TRE) e BR - 05440/2022 (TSE).

ACM Neto manteve a estratégia de desnacionalizar a campanha e buscou ficar longe da polarização entre Lula e Jair Bolsonaro (PL), apostando em seu bom desempenho em oito anos à frente da prefeitura de Salvador, na memória do avô, ACM, e na fragilidade do governo Rui Costa (PT) nas áreas de segurança, educação e saúde, principalmente.

Imagem mostra Jerônimo Rodrigues, candidato do PT ao governo na Bahia, em ato de campanha no último dia 28
Imagem mostra Jerônimo Rodrigues, candidato do PT ao governo na Bahia, em ato de campanha no último dia 28
Foto: Jerônimo Rodrigues/via Facebook / Estadão

Sofreu desgastes na reta final da campanha por ter se autodeclarado pardo no TSE em um momento em que se discute verbas para políticos negros. O fato foi tema nacional e combustível para as campanhas de Jerônimo e do apoiador de Bolsonaro, o ex-ministro João Roma (PL), bem atrás nas pesquisas.

Já Jerônimo Rodrigues, ex-secretário de Educação do Estado, que nunca concorreu a um cargo eletivo, passou de desconhecido da maioria da população para "o candidato de Lula". O PT baiano aposta em um segundo turno com ACM Neto. Não sem motivo, Lula teve agenda de campanha em Salvador na sexta-feira. O líder nas pesquisas na Bahia, por sua vez, realizou comício na noite de quinta-feira, no Pelourinho. Também concorrem ao governo baiano os candidatos Kleber Rosa (PSOL), Marcelo Millet (PCO) e Giovani Damico (PCB).

Estadão
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