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Política

Bajulada em reduto tucano, Dilma cita "ano de travessia"

Presidente esteve com empresários do setor sucroalcooleiro em Piracicaba, onde foi chamada de "patriota" e "mulher de fibra" por bilionário

22 jul 2015 - 14h23
(atualizado às 14h39)
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A presidente Dilma entre o empresário Rubens Ometto, à esquerda, e o governador Geraldo Alckmin
A presidente Dilma entre o empresário Rubens Ometto, à esquerda, e o governador Geraldo Alckmin
Foto: Janaina Garcia / Terra

Reduto tucano nas eleições de 2014, a cidade de Piracicaba, no interior de São Paulo, soou praticamente como um colégio eleitoral da presidente Dilma Rousseff (PT) na manhã desta quarta-feira – ao menos no complexo sucroalcooleiro visitado pela petista.

Dilma compareceu à inauguração da planta de etanol de segunda geração da empresa Raízen, maior fabricante de etanol de cana do País. A unidade obteve a maior parte do financiamento para a nova estrutura graças ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – R$ 207,7 milhões, de um total de R$ 237 milhões.

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Os aplausos e palavras de apoio à presidente contrastaram com as últimas pesquisas que atestaram baixa popularidade da petista – a última, da semana passada, feita pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), apontou apenas 7% de aprovação.

Presidente do Conselho de Administração da Cosan – que, junto com a Shell, formou a Raízen –, o empresário Rubens Ometto fez um discurso em que classificou Dilma como “mulher patriota, lutadora e de fibra”.

"Estamos em um ano de travessia", disse Dilma
"Estamos em um ano de travessia", disse Dilma
Foto: Janaina Garcia / Terra

“Desde que ela era ministra de Minas e Energia [no governo Lula], a interlocução dela conosco sempre foi no sentido de nos empurrar para a frente. Suas críticas sempre foram provocativas; sempre nos incentivou a ser uma empresa de energia”, disse Ometto, listado entre os 50 bilionários brasileiros, ano passado, pela revista Forbes Brasil.

"Hoje é muito fácil criticar, mas temos que reconhecer os méritos onde eles estão – e não só reclamar do que poderia ser melhor”, completou o empresário, que se dirigiu a Alckmin, na sequência, como “um democrata, um homem modesto”. Ele ainda admitiu que, sem o BNDES, o empreendimento inaugurado hoje “não seria viável”.

Dilma destacou a “materialização de um sonho” a produção do etanol de segunda geração, extraído do bagaço da cana, e lembrou que, no início dos anos 2000, esse biocombustível era ainda, “quando não um sonho, um experimento”. A presidente destacou ainda que o caso de Piracicaba será levado à Cop 21 (Conferência das Partes), em Paris, em dezembro, quando os 196 integrantes da Organização das Nações Unidas (ONU) tentarão chegar a um consenso sobre como lidar com as mudanças climáticas.

"Ano de travessia", diz petista

A petista também citou que o País está “em uma travessia”. “Sabemos que houve alteração das condições internacionais, e o ciclo das commodities se encerrou. Sabemos que vamos nessa travessia sempre buscar maior produção e inovação e menores custos”, afirmou. “Hoje perseguimos o equilíbrio das contas públicas – parte essencial para que a economia se recupere. Vamos continuar tomando medidas microeconômicas, ampliar as concessões e fazer um imenso esforço para manter os principais programas em andamento – caso do Minha Casa, Minha Vida”, citou.

“Estamos em um ano de travessia, sem dúvida, e também de novas possibilidades. Estamos atualizando as bases nossa economia, e iremos voltar a crescer dentro nosso potencial. Nosso objetivo é consolidar a expansão como país de classe média – queremos que o Brasil seja um país de classe média”, destacou a petista, que deixou o evento, ao final, sem falar com a imprensa.

Apesar dos aplausos dos empresários e sindicalistas do setor sucroalcooleiro, Dilma foi apenas a terceira colocada na cidade no primeiro turno da eleição presidencial – ficou atrás de Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB) – ; no segundo turno, teve 23,7% dos votos diante de 76,2% do tucano.

Fonte: Terra
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