Barrada em evento com Cunha: 'entrou quem usava salto 15'
Em debate para discutir reforma política, parte do público foi impedido de entrar no plenário da Assembleia do Rio Grande do Sul
Desde as 8h30 desta segunda-feira (30), manifestantes se reuniram no auditório Dante Barone, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, para um debate sobre reforma política com a participação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do vice-presidente da República, Michel Temer. O tumulto e a gritaria foram tamanhos, que o evento foi transferido de lugar. Muitos dos manifestantes foram barrados na entrada.
“Só entrou bonitinho engravatado e mulher com salto 15”, gritava Izane Matos, uma das barradas na porta do Plenário para onde o evento foi transferido. “O trabalhador não pode entrar, tem apenas que pagar o salário desse povo que está ai, que é para isso que servimos”, criticava, indignada por ter ficado de fora.
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“Eles não querem ouvir que o anexo do Congresso Nacional, onde será construído um shopping, custará R$ 1 bilhão. Isso Cunha não quer ouvir”, completava Izane ao lado de outros manifestantes que ficaram do lado de fora.
Na saída do evento, o vice-presidente da República Michel Temer disse: “não podemos ser intolerantes, porque a intolerância gera intolerância do outro lado “, afirmou.
Já Eduardo Cunha, o principal alvo das manifestações, tentou minimizar o protesto - que segue a linha do que ele tem enfrentado pelo País. “Eram 30 pessoas que vêm só para agredir. Isso não é manifestação, é só intolerância”, afirmou. “Quem não respeita nem o Hino Nacional, não respeita nenhum evento”, completou.
O presidente da Câmara disse ainda que ouviu de parlamentares gaúchos quem eram os manifestantes, mas não quis reproduzir o que ouviu: “perguntem para os deputados daqui”.
“Deputado Eduardo Cunha, o Pastor Abner manda um abraço”, gritou uma pessoa em meio à entrevista do presidente da Câmara, para pouco depois uma grito surgir por trás dos repórteres: ”fora Cunha”. Ambas manifestações foram ignoradas pelo deputado federal.
Ele disse ainda que não tem opinião nenhum sobre movimentos sociais, inclusive os que militam pela causa LGBT, afirmando que não adianta cobrar medidas se não existem projetos sobre os temas tramitando na casa.