Script = https://s1.trrsf.com/update-1725976688/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Política

Bastidores: Lira recluso, jantares e falta de consenso marcam semana decisiva da sucessão na Câmara

Favoritismo de Elmar Nascimento para o comando da Casa é colocado em dúvida por interlocutores do atual presidente da Câmara; decisão do STF sobre emendas tornou mais incerto o poder político de Arthur Lira

29 ago 2024 - 19h55
(atualizado às 21h11)
Compartilhar
Exibir comentários

BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), passou a semana em conversas privadas para tentar fechar um consenso sobre sua sucessão. No entanto, a dois dias do fim de agosto — prazo imposto por ele para indicar seu candidato — a falta de unidade ainda prevalece. Em jantares, ligações e acenos, os principais nomes na disputa se movimentam para fazer acordos e evitam abrir mão das candidaturas.

O deputado Elmar Nascimento (União-BA) é apontado desde o ano passado como o favorito de Lira, que não pode concorrer à reeleição e tenta emplacar um aliado no posto. No entanto, a avaliação de interlocutores do presidente da Câmara é que ele ainda não tem certeza da viabilidade de Elmar. Os outros dois principais nomes são Antônio Brito (PSD-BA) e Marcos Pereira (Republicanos-SP).

Além disso, há uma interpretação de que a ofensiva do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as emendas parlamentares pegou Lira de surpresa e deixou incerto seu poder político. Grande parte da influência do deputado alagoano na Câmara tem relação com a distribuição de emendas, principalmente as de comissão, cujo modelo está em xeque.

Festas e força política

Como mostrou o Broadcast Político em julho, apesar de Elmar ser considerado o favorito de Lira desde o início das discussões sobre a eleição da Casa legislativa, cresceu nos últimos meses a percepção entre deputados de que Lira, na verdade, estudava uma forma de viabilizar o nome de Motta.

Parlamentares disseram que os movimentos feitos pelo "primeiro pelotão" de candidatos antes do recesso parlamentar foram pensados para manter o "status quo" da corrida eleitoral. A avaliação foi que as festas promovidas por Elmar e por Brito serviram para evidenciar a força política dos dois e tornaram mais difícil o surgimento de um quarto candidato, como Motta.

A busca de Elmar por indicativos antecipados de apoio do PDT e do PSB e a interlocução de Brito com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também se encaixam, de acordo com deputados, na estratégia dos dois líderes de se manterem consolidados na disputa. Pereira, por sua vez, já prometeu a Motta a presidência do Republicanos caso seja eleito para comandar a Câmara.

Hugo Motta é visto como "braço direito" de Lira na Câmara. O líder do Republicanos também é um dos principais interlocutores do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Congresso. É considerado ainda uma figura próxima ao governo Lula na Paraíba.

Resistência dos petistas

Em entrevista ao Broadcast Político nesta quarta-feira, 28, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que os petistas prezam por uma "unidade muito forte".

"O PT vai buscar que sejam preservadas duas coisas que construímos a duras penas: parceria com o Executivo, respeitando a autonomia, e compromisso com a democracia e com as pautas de interesse do País, como fizemos na área econômica", declarou.

Elmar sofre resistência de petistas por atritos com o PT na Bahia, além de já ter se referido ao partido como "organização criminosa" e de ter chamado Lula de "ladrão". Em conversas privadas, Lula já demonstrou incômodo com a relação entre o líder do União e o empresário Carlos Suarez, conhecido como "rei do gás".

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade