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Política

Bolsa fecha acima dos 95 mil pontos pela 1ª vez na história

Ibovespa registrou alta de 1% nesta quinta-feira, 17; no mercado de câmbio, dólar teve terceira alta seguida e terminou a R$ 3,7484

17 jan 2019 - 19h05
(atualizado às 19h24)
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O Ibovespa alcançou na sessão desta quinta-feira, 17, um novo topo histórico, na marca dos 95 mil pontos. Encerrou o pregão em alta de 1,01%, aos 95.351,09 pontos com o otimismo sobre a agenda liberal do novo governo permeando os negócios e levando parcela majoritária das ações à valorização. Ainda sem a participação mais expressiva dos investidores estrangeiros, o giro financeiro ficou em R$ 15,7 bilhões. No mercado cambial, o dólar teve sua terceira alta seguida e fechou em R$ 3,7484, maior valor desde 3 de janeiro.

Bem próximo da reta final, o índice Bovespa ganhou impulso extra com os índices em Nova York indo às máximas. Notícia de que o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, propôs retirar algumas tarifas impostas sobre produtos chineses para incentivar a China a fazer concessões mais profundas nas negociações comerciais levou otimismo aos investidores.

Operador monitora painel de cotações da bolsa paulista. 10/09/2015. REUTERS/Paulo Whitaker.
Operador monitora painel de cotações da bolsa paulista. 10/09/2015. REUTERS/Paulo Whitaker.
Foto: Reuters

Já por aqui, de acordo com analistas em renda variável, são altas as expectativas sobre o projeto de Reforma da Previdência que será apresentado pela equipe econômica ao presidente Jair Bolsonaro. Segundo um gestor de um fundo de investimentos, a espera é por uma mudança de regras que possam acarretar economias para os cofres federais perto de R$ 1 trilhão no prazo de dez anos.

Analistas lembram que os dados da economia brasileira são positivos, com perspectiva de maior crescimento em um contexto de inflação e juros em baixa, o que garante a possibilidade de um lucro maior para as empresas. Aliás, do ponto de vista corporativo, Pedro Guilherme Lima, da equipe de pesquisas da Ativa Investimentos chama a atenção sobre a possibilidade de a Petrobrás seguir com seu plano de desinvestimentos após queda de liminar que impedia, entre outras, a venda da TAG - um dos ativos mais valorizados.

Dólar

O dólar teve a terceira alta seguida, acompanhando o fortalecimento da moeda americana no exterior e com as mesas de operação na expectativa por novidades sobre a reforma da Previdência. Na sessão desta quinta-feira, o dólar à vista encerrou em alta de 0,42%, a R$ 3,7484, a maior cotação de fechamento desde 3 de janeiro (R$ 3,7579). O ministro da Economia, Paulo Guedes, deve dar mais detalhes do projeto durante o Fórum Econômico Mundial, na semana que vem na Suíça. Dos seis últimos pregões, o dólar subiu em cinco e o real deixou de ser a moeda que mais ganhou valor perante a divisa americana no começo deste ano. Entre as principais divisas de emergentes, o dólar caiu mais na Rússia (-4,16%) e na África do Sul (-4,20%), enquanto recuou 3,28% aqui.

Pela manhã, o dólar chegou a bater em R$ 3,77, o que fez alguns agentes acionarem mecanismos para reduzir perdas, o chamado "stop loss". Operadores ressaltam ainda que, quando a moeda superou os R$ 3,73, atraiu vendedores. Pela tarde, desacelerou o ritmo de alta, acompanhando a perda de fôlego da moeda no exterior, sobretudo ante o peso mexicano, e a notícia de que Guedes dará detalhes sobre a reforma na Suíça. O texto da reforma ainda não está fechado, mas deverá ser apresentado ao presidente Jair Bolsonaro antes da viajem para o evento, que vai dos dias 22 a 25.

Se o texto e outras medidas de Bolsonaro, como a agenda de privatizações avançarem como o esperado, o Bank of America Merrill Lynch projeta que o Brasil vai receber mais recursos externos, tanto para o mercado financeiro como para investimentos, e o dólar pode terminar o ano na casa dos R$ 3,60. O banco projeta que o investimento externo direto deve crescer para US$ 90 bilhões em 2019, ante US$ 85 bilhões do ano passado. Ainda entre os bancos estrangeiros, o HSBC avalia que o Brasil é um dos emergentes mais atrativos este ano. A instituição, porém, está mais pessimista sobre o real e vê o dólar na casa dos R$ 3,80 nos três primeiros trimestres deste ano e em R$ 3,90 em dezembro.

Estadão
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