Bolsonaro cancela ida a cerimônia da Força Nacional
Evento teria entrega de bens doados pela Força Nacional aos Estados brasileiros
O presidente Jair Bolsonaro cancelou sua ida à cerimônia de entrega de bens doados pela Força Nacional da Segurança Pública aos Estados brasileiros. O evento foi realizado nesta quarta-feira, 3, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Bolsonaro deixou a Base Aérea, vindo de São Paulo, com destino ao Palácio do Planalto. O porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, disse à reportagem que o presidente preferiu priorizar o acompanhamento da votação do relatório da Previdência.
Deputados da comissão especial seguem à espera do relator da proposta, Samuel Moreira (PSDB-SP), desde as 13h. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), está reunido com líderes, principalmente de partidos do Centrão, para tentar fechar um acordo que destrave a votação da reforma da Previdência. Segundo fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast, o relator também vai participar do encontro para discutir um novo texto, já com ajustes feitos depois da leitura de ontem.
Jair Bolsonaro foi representado no evento pelo vice-presidente da República, Hamilton Mourão. Ele participou da solenidade ao lado do ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Sergio Moro. Os dois saíram do evento sem falar com a imprensa. Na cerimônia, Moro afirmou que desde o início do governo Bolsonaro registrou-se uma "diminuição expressiva" dos índices de criminalidade, resultado, segundo o ministro, de iniciativas tomadas no âmbito dos Estados e do governo federal. Moro avaliou, no entanto, que os números atuais continuam "muito ruins".
A assessoria de imprensa do MJSP informou, por meio de nota, que os bens, que incluem armamentos, munições, viaturas, equipamentos de proteção individual, equipamentos de proteção coletiva e coletes balísticos, serão doados para fortalecer a segurança pública dos Estados.
Em sua breve fala no evento, Moro reafirmou o compromisso do governo de valorizar o agente de segurança pública do País. Eleito com uma pauta ligada à segurança pública, Bolsonaro foi chamado ontem de traidor por policiais civis e federais, em razão de um impasse envolvendo a aposentadoria da categoria na discussão da reforma da Previdência.
Em São Paulo, o presidente participou hoje pela manhã de solenidade de posse do novo comandante do Comando Militar do Sudeste, general Marco Antonio Amaro, que assume no lugar do general Luiz Eduardo Ramos, que será o novo ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, substituindo o general Carlos Alberto dos Santos Cruz. Bolsonaro indicou que pretende atuar para solucionar a questão. Enquanto se dirigia ao local do evento, apontou para um grupo de policiais militares a trabalho e disse: "vou resolver o caso de vocês, viu?"
Parte da bancada de policiais do PSL na Câmara dos Deputados ameaça não votar a reforma da Previdência, caso as demandas da classe não sejam atendidas. Os parlamentares ligados ao setor de segurança pública querem regras mais brandas de aposentadoria para a categoria do que as previstas atualmente na proposta.