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Política

Bolsonaro chega ao Brasil em meio a investigação sobre caso das joias

Ex-presidente chega ao País e já tem depoimento marcado pela PF sobre a tentativa de esconder da Receita Federal joias presenteadas pelo regime da Arábia Saudita

30 mar 2023 - 06h54
(atualizado às 07h10)
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Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro
Foto: REUTERS/Joe Skipper

O ex-presidente Jair Bolsonaro chegou ao Brasil. O voo comercial que o trouxe dos Estados Unidos pousou no aeroporto da capital federal. Bolsonaro passou três meses nos EUA, tendo deixado o País dois dias antes da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para não ser obrigado a entregar a faixa ao sucessor. O ex-presidente retorna em meio às investigações sobre o caso da joias presenteadas pelo regime da Arábia Saudita e não declaradas à Receita Federal, como revelou o Estadão.

Desde cedo, bolsonaristas vestindo camisas amarelas e enrolados em bandeiras do Brasil aguardavam o saguão do aeroporto de Brasília. Aliados do ex-presidente chegaram a prever que 10 mil pessoas iriam se aglomerar na área do desembarque para uma festa de recepção, mas o público é bem menor. Cerca de 300 pessoas esperavam pela chegada de Bolsonaro.

Apesar da imagem desgastada após os atos golpistas de 8 de janeiro e a descoberta do caso das joias, Bolsonaro prepara uma estratégia para mostrar que ainda é o principal antagonista do presidente Lula. Na tentativa de se desviar das acusações que pesam contra ele, Bolsonaro voltará a investir nas redes sociais para fazer um contraponto entre sua gestão e ações do governo petista.

Membros das forças policiais conversam com apoiadores de Bolsonaro enquanto reforçam a segurança no aeroporto para a chegada do ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro
Membros das forças policiais conversam com apoiadores de Bolsonaro enquanto reforçam a segurança no aeroporto para a chegada do ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro
Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino

A data para o seu retorno foi planejada sob medida, às vésperas de Lula completar três meses de governo, num momento em que o petista enfrenta uma situação difícil na política e na economia. Bolsonaro embarcou para Orlando (EUA) em 30 de dezembro do ano passado, sem passar a faixa a Lula e alimentando suspeitas infundadas sobre a legitimidade das eleições.

A Secretaria de Segurança do Distrito Federal e a Polícia Federal montaram esquema especial de policiamento para a volta do ex-presidente. A PF informou que não permitiria que Bolsonaro use o saguão principal do aeroporto. A instituição alega que precisa preservar a segurança do local.

A secretaria do DF também anunciou que não iria permitir que o ex-presidente faça desfile em carro aberto, como chegou a ser cogitado por aliados de Bolsonaro. O secretário de Segurança do DF, Sandro Avelar, sustentou que ações do tipo infringem o código de trânsito e não serão permitidas pelo Detran.

TCU

Na quarta-feira, 29, o Tribunal de Contas de União (TCU) determinou que o ex-presidente devolva, imediatamente, a terceira caixa de joias que ele recebeu do regime da Arábia Saudita e que tinha guardado em vez de ter enviar para o acervo do Estado Brasileiro. A existência desta terceira caixa, estimada em pelo menos R$ 500 mil, foi revelada pelo Estadão na noite de segunda-feira, 27. A decisão do ministro do TCU Augusto Nardes atende ao pleito de parlamentares que solicitaram a retirada dos itens.

Além de determinar a devolução dos itens, o TCU alertou Bolsonaro sobre a omissão de informações relacionadas aos presentes que recebeu do regime saudita. Na semana passada, a Corte já havia determinado que o ex-presidente deveria entregar bens de valor recebidos dos sauditas.

Estadão
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