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Política

Bolsonaro compartilha vídeo de ator defendendo armamento

Discurso de Charlton Heston coloca uso de armas como garantia de liberdade da população

25 mai 2020 - 09h47
(atualizado às 09h55)
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) compartilhou, na manhã desta segunda-feira (25) um vídeo em suas redes sociais que mostra um discurso do então ator norte-americano e presidente da Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês) Charlton Heston, defendendo o uso de armas como garantia de liberdade da população.

Presidente Jair Bolsonaro faz sinal de armas com as mãos durante evento 
30/11/2018
REUTERS/Paulo Whitaker
Presidente Jair Bolsonaro faz sinal de armas com as mãos durante evento 30/11/2018 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

O discurso, feito num comício da NRA em 2000, traz a mesma ideia defendida por Bolsonaro na reunião ministerial de 22 de abril, quando o presidente afirmou que quer "armar a população" pois, em sua visão, "é muito fácil impor uma ditadura no Brasil".

"Quando a liberdade treme, são sempre os patriotas que ouvem o chamado primeiro", diz Charlton Heston, que morreu em 2008 aos 84 anos, em dos trechos iniciais do discurso compartilhado por Bolsonaro. "Quando as mais modestas mãos podem possuir um instrumento tão extraordinário, isso simboliza a medida completa da dignidade humana e liberdade", diz o ator em outro momento. Ao compartilhar a publicação, Bolsonaro escreveu: "A garantia de um povo livre".

O discurso de Heston foi feito em um momento em que os EUA, país de tradição armamentista, discutia a possibilidade de restringir o acesso dos cidadãos a armas de fogo. O tema era defendido especialmente pelo então candidato dos Democratas à presidência norte-americana, Al Gore, um ano após dois adolescentes assassinarem 15 pessoas em um colégio na cidade de Columbine, no Estado do Colorado, em 20 de abril de 1999.

Segundo investigações da época, os adolescentes compraram o armamento pela internet. Al Gore perdeu as eleições deste ano para o republicano George W. Bush, à época mais alinhado aos ideais de Heston e da NRA.

Estadão
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