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Política

Bolsonaro defende que toda população compre fuzis

Presidente negou possibilidade de golpe, defendeu o tratamento precoce e atacou a CoronaVac

27 ago 2021 - 09h09
(atualizado às 10h33)
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O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta sexta-feira em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada que toda a população compre fuzis e afirmou que aqueles que não têm intenção de adquirir o armamento não devem "encher o saco" daqueles que quiserem comprar.

Presidente da República Jair Bolsonaro usa arma durante viagem oficial a Israel
Presidente da República Jair Bolsonaro usa arma durante viagem oficial a Israel
Foto: Reprodução/Instagram Jair Bolsonaro / Estadão Conteúdo

Na conversa com apoiadores antes de embarcar para Goiás, onde deve participar de um passeio de moto nesta sexta, o presidente também disse que a alta da inflação não depende dele e chegou a dizer que sua vida está em risco enquanto ocupa a Presidência.

"Tem todo mundo que comprar fuzil, pô! Povo armado jamais será escravizado", disse Bolsonaro aos apoiadores. "Tem o idiota 'ah, tem que comprar feijão'. Cara, se não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar", acrescentou.

O presidente voltou a responsabilizar os governadores de Estado pelos preços do gás e da gasolina, que classificou de "abusivos".

"Temos problemas? Temos. Eu não quero inflação alta, mas tem coisa que não depende da gente", disse o presidente.

Possibilidade de golpe

Enquanto setores do mundo político ainda consideram a possibilidade de uma ruptura institucional, o presidente Jair Bolsonaro rechaçou a hipótese de que possa embarcar em um golpe de Estado. "Estão dizendo que quero dar golpe. São idiotas, já sou presidente", declarou.

Contudo, o próprio Bolsonaro já disse mais de uma vez que as eleições de 2022 poderiam não ocorrer sem a adoção do voto impresso, proposta do governo derrotada na Câmara. Além dele, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, fez a mesma ameaça ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por meio de um interlocutor, como revelou o Estadão/Broadcast.

Novamente convocando simpatizantes para as manifestações marcadas para 7 de setembro, o presidente disse que fará um discurso mais longo no ato da Avenida Paulista, em São Paulo. Segundo Bolsonaro, os atos vão mostrar para o mundo "que o Brasil está sofrendo". "O que está em risco é o futuro de vocês e a minha vida física. Tem uma van ali para evitar o Sniper (atirador). É o tempo todo essa preocupação do que pode acontecer", afirmou.

Mantendo sua posição de confronto com outros Poderes, Bolsonaro afirmou que não pode sofrer interferências de outros entes da federação. "Não quero interferir do lado de lá, nem vou, mas precisam me deixar trabalhar do lado de cá. "Está difícil governar o País dessa forma", declarou, desferindo novos ataques indiretos, ainda, a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). "Não pode um ou dois caras estragar a democracia no Brasil. Começaram a prender na base do canetaço, bloquear redes sociais. Agora o câncer já foi para o TSE. Temos que colocar um ponto final nisso".

Vacina

O chefe do Executivo ainda voltou a falar do suposto tratamento precoce contra a covid-19 - "deu certo para mim e para muita gente" - mesmo sem comprovação científica de eficácia, e reiterou ataques à Coronavac. "Essa vacina, estão vendo que é uma... Não precisa nem falar".

*Com informações do Estadão Conteúdo

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