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Política

Bolsonaro diz não ter "nenhum compromisso" com Moro no STF

Questionado sobre indicação à Corte, presidente afirma que nome do advogado-geral da União, André Mendonça, é 'terrivelmente supremável'

31 ago 2019 - 17h20
(atualizado às 18h46)
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O presidente Jair Bolsonaro voltou a colocar em dúvida, neste sábado, 31, a possibilidade de indicar o ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, a uma vaga no Supremo Tribunal Federal, e acenou para outro auxiliar cotado, o advogado-geral da União, André Mendonça. Até o fim de seu mandato, o presidente terá ao menos duas vagas na Corte para preencher.

Presidente Jair Bolsonaro e ministro Sergio Moro durante cerimônia no Palácio do Planalto
29/08/2019
REUTERS/Adriano Machado
Presidente Jair Bolsonaro e ministro Sergio Moro durante cerimônia no Palácio do Planalto 29/08/2019 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

"Não existe nenhum compromisso meu com Moro", afirmou o presidente em almoço no quartel-general do Exército, em Brasília. "Tem que ver. Como o Senado avaliaria ele hoje?", questionou. Bolsonaro disse ainda que "Moro é ingênuo" e que "falta malícia" ao ministro. "O Paulo Guedes também era assim, mas ele está aprendendo."

As declarações ocorreram durante churrasco do qual o presidente participou no quartel-general do Exército, em Brasília. Pouco depois de entrar, Bolsonaro mandou os seguranças convidarem um grupo de jornalistas e motoristas da imprensa que o esperavam na porta para participar do evento. Ele conversou por cerca de uma hora e meia com seis jornalistas.

O presidente já declarou que pretende indicar para o Supremo um nome "terrivelmente evangélico". Questionado se este nome seria o de Mendonça, que é reverendo da Igreja Presbiteriana Esperança de Brasília, Bolsonaro disse que o auxiliar é "terrivelmente supremável".

A indicação de ministros do Supremo é uma atribuição do presidente da República, que depois precisa ser aprovada pelo Senado, após uma sabatina. Em maio, em uma entrevista à rádio Bandeirantes, Bolsonaro chegou a afirmar que, ao convidar Moro para integrar sua equipe de ministros, comprometeu-se a indicá-lo para a primeira vaga que fosse aberta no STF. Dias depois, porém, voltou atrás e disse que não houve um acordo. O ministro também sempre negou que houvesse qualquer compromisso.

O primeiro ministro do Supremo que deve deixar a corte é o decano Celso de Mello, que completa 75 anos - a idade de aposentadoria obrigatória - em novembro de 2020. A segunda vaga no STF deve ficar disponível com a aposentadoria de Marco Aurélio Mello, em julho de 2021.

O almoço foi uma confraternização com funcionários de gabinetes do Bolsonaro. Foi servido churrasco, arroz, vinagrete, farofa e chope. Bolsonaro disse ter tomado "apenas um golinho" já que teria uma cota de uma lata de cerveja por mês. "A Michele não deixa mais".

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