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Política

Bolsonaro diz que críticas a política ambiental são por disputas comerciais

Segundo o Inpe, desmatamento na Amazônia foi de 8.590 quilômetros quadrados entre agosto de 2021 e julho deste ano, pouco abaixo de 2021

13 ago 2022 - 14h06
(atualizado às 14h31)
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Bolsonaro
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Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em entrevista ao podcast Cara a Tapa, do jornalista Rica Perrone, que as críticas internacionais em relação à gestão ambiental do Brasil durante o seu governo é por disputas comerciais relacionadas às commodities. O presidente sugeriu que alguns países usam essas críticas para convencer os parceiros comerciais a não comprarem mais os produtos brasileiros.

Bolsonaro voltou a criticar a França, que recentemente foi atacada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que chamou o país de irrelevante.

"Tem mais de 30 dias de incêndio na França, que é quase metade do Pará. Macron não consegue controlar o incêndio lá? Quem comanda política ambiental contra Brasil é França e Noruega", disse, neste sábado, 13, completando que a Amazônia não pega fogo "para valer". "É floresta úmida."

Segundo dados do Deter, sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre agosto de 2021 e julho deste ano, o desmatamento na Amazônia foi de 8.590 quilômetros quadrados, um pouco abaixo de 2021 (8.780 quilômetros quadrados).

Auxílio de R$ 600

O presidente e candidato à reeleição reafirmou neste sábado, 13, que já teria acertado com o Ministério da Economia a manutenção do valor do Auxílio Brasil em R$ 600 para 2023. Mas não informou, por outro lado, de que forma o benefício seria bancado, uma vez que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do ano que vem não inclui tal previsão.

"O que já conversei com o Paulo Guedes, que eu não falo nada sem conversar com ele, sem conversar com o respectivo ministro: 'PG, dá para manter os 600, manter esses 200 a mais para o ano que vem?'", relatou o presidente ao podcast Cara a Tapa

"Ele falou que 'dá, se fizer isso, isso e isso'", afirmou. "Então vai ser mantido os 600 reais de auxílio emergencial o ano que vem".

Mais cedo, em live com o deputado federal André Janones (Avante-MG), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal adversário de Bolsonaro e primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, destacou que o auxílio no valor de R$ 600 só está efetivamente garantido até o fim de dezembro.

Lobby no setor de combustíveis

Ele também reclamou do lobby do setor de combustíveis.

"Você não sabe o que é brigar com o lobby dos combustíveis. É muito mais fácil estar do outro lado do balcão em Brasília", disse Bolsonaro, em meio a críticas à imprensa.

Em outro momento, o presidente afirmou que o Brasil não é autossuficiente em petróleo, porque não tem refino da commodity. Segundo ele, isso acontece porque "um cara lá atrás", não terminou três refinarias e "enterrou" R$ 100 bilhões.

Bolsonaro ainda voltou a dizer que está em fase final a negociação com a Rússia para o fornecimento do diesel para o País.

O presidente também criticou governos de esquerda. "Socialismo prega a igualdade, mas todo mundo sabe que é a miséria". Ele citou problemas em países como Colômbia e Chile, que recentemente elegerem governos de esquerda, e também a Argentina. "Inflação mensal da Argentina está equivalente à nossa anual."

Bolsonaro ainda voltou a dizer que não confia nas pesquisas eleitorais. Ele repetiu que as pesquisas do Datafolha erraram na sua eleição em 2018. As pesquisas mais recentes de intenção de voto mostram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na frente, mas têm apontado aproximação do atual chefe do Planalto.

*Com informações da Reuters.

Estadão
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