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Política

Bolsonaro diz que vídeo foi "erro" e pede desculpas ao STF

Presidente afirma que não pode responsabilizar o filho Carlos pela publicação: "A responsabilidade final é minha"

29 out 2019 - 09h53
(atualizado às 13h05)
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RIAD, ARÁBIA SAUDITA - O presidente Jair Bolsonaro afirmou ao Estado que a publicação em sua conta no Twitter em que se compara a um leão sendo atacado por hienas foi um "erro" e, por isso, pede desculpas.

No vídeo, divulgado na segunda-feira, 28, os animais que ameaçam o leão levam o símbolo de instituições, como o Supremo Tribunal Federal, a Organização das Nações Unidas (ONU), o seu partido, PSL, e siglas de oposição - entre as quais o PT e o PCdoB -, além da imprensa. A postagem foi apagada cerca de duas horas depois diante de forte repercussão negativa.

Em vídeo, Bolsonaro se compara a leão atacado por hienas:

"Me desculpo publicamente ao STF, a quem porventura ficou ofendido. Foi uma injustiça, sim, corrigimos e vamos publicar uma matéria que leva para esse lado das desculpas. Erramos e haverá retratação", disse o presidente durante viagem à Arábia Saudita.

No filme postado ontem, o rei da selva se alia a outro leão, chamado "conservador patriota", parte para o contra-ataque e vence seus inimigos. "Vamos apoiar o nosso presidente até o fim. E não atacá-lo. Já tem a oposição para fazer isso!", dizem os letreiros sobrepostos às imagens da fuga. A montagem se encerra com a transição de imagens da bandeira do Brasil para a de Bolsonaro de braços abertos. A trilha sonora épica dá espaço a uma gravação do presidente repetindo o seu lema de campanha: "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos".

“Acho que todo mundo gostaria de passar uma tarde com um príncipe, principalmente vocês, mulheres. Vou ter essa oportunidade hoje. Nós dois temos certa afinidade”, disse Bolsonaro
“Acho que todo mundo gostaria de passar uma tarde com um príncipe, principalmente vocês, mulheres. Vou ter essa oportunidade hoje. Nós dois temos certa afinidade”, disse Bolsonaro
Foto: José Dias / Presidência da República / Estadão Conteúdo

O presidente afirmou que o vídeo foi publicado em sua conta sem o devido cuidado e que orientou sua equipe a evitar este tipo de conteúdo. "O vídeo não é meu, esse vídeo apareceu, foi dada uma olhada e ninguém percebeu com atenção que tinham alguns símbolos que apareciam por frações de segundos. Depois, percebemos que estávamos sendo injustos, retiramos e falei que o foco (nas redes sociais) são as nossas viagens."

Questionado se o autor da postagem foi o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), que já admitiu ter acesso às contas do pai nas redes sociais, o presidente evitou responsabilizá-lo. "Não se pode culpar o Carlos. A responsabilidade final é minha. O Carlos foi um dos grandes responsáveis pela minha eleição e é comum qualquer coisa errada em mídias sociais culpá-lo diretamente. A responsabilidade é minha, tem mais gente que tem a senha e não sei por que passou despercebido essa matéria aí", afirmou.

Presidente em exercício, Hamilton Mourão disse nesta terça-feira, 29, em Brasília que não assistiu ao vídeo. "Acho que foi alguém que postou. Alguém que tem acesso às redes sociais dele, não sei quem. E ele, obviamente, quando viu, tirou", afirmou. Questionado se seria representado como leão ou hiena no vídeo, Mourão desconversou: "Não vi. Está bom?".

Reação

Ao comentar o vídeo, o decano do Supremo, ministro Celso de Mello, disse em nota que "o atrevimento presidencial parece não encontrar limites".

"É imperioso que o senhor Presidente da República - que não é um 'monarca presidencial', como se o nosso País absurdamente fosse uma selva na qual o leão imperasse com poderes absolutos e ilimitados - saiba que, em uma sociedade civilizada e de perfil democrático, jamais haverá cidadãos livres sem um Poder Judiciário independente, como o é a magistratura do Brasil", disse o decano na nota.

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