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Política

Bolsonaro esconde local de transmissão de live para se esquivar do TSE

Presidente e candidato à reeleição alegou que decisões do Tribunal Superior Eleitoral favorecem seu adversário político

25 set 2022 - 21h14
(atualizado às 22h22)
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Bolsonaro (PL) fez a transmissão em uma sala fechada, com a bandeira do Brasil e materiais alusivos à campanha
Bolsonaro (PL) fez a transmissão em uma sala fechada, com a bandeira do Brasil e materiais alusivos à campanha
Foto: Reprodução/ YouTube Jair Bolsonaro

Após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibir o uso de instalações públicas, como o Palácio do Alvorada, para transmissões online com cunho eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro (PL) escondeu o local de onde realizou a "live" deste domingo, 25, e ironizou a omissão.

"Será que o TSE sabe de onde é que estou fazendo essa live? Ah, escondido, como se fosse um cara das trevas. Será que está no Alvorada, descumprindo ordem do TSE? Olha a preocupação do TSE. Preocupação com transparência das eleições o TSE não tem. Zero", disse, após dizer que as decisões da Corte são parciais e estão favorecendo apenas seu principal rival nas eleições, o ex-presidente Lula.

A transmissão deste domingo ocorreu em uma sala fechada, com a bandeira do Brasil e materiais alusivos à candidatura de Bolsonaro que parecem ter sido colocados de última hora. Até o momento, nem o Planalto nem a assessoria da campanha de Bolsonaro responderam de onde o presidente transmitiu a live.

O Estadão/Broadcast entrou em contato com o ministro das Comunicações, Fábio Faria, que respondeu que não sabia de que o local o presidente estava fazendo a live. O secretário-executivo da pasta, Fabio Wajngarten, não respondeu os contatos da reportagem.

Pedido de voto

O presidente ainda disse que sua "situação é complicada" e pediu voto para os candidatos ao Senado que estejam alinhados com o governo. "Vem para o candidato que está afinado comigo. Que vai estar comigo mesmo com qualquer problema. Temos que ter um Senado forte para ajudar a fazer o controle de outros poderes", declara.

Ele reforça os pedidos de voto, principalmente, no Paraná, em Santa Catarina e no Rio de Janeiro. A dispersão de votos entre candidatos pode "atrapalhar" o preferido de Bolsonaro. "Imagine o Rio de Janeiro com um senador do PSOL. Que desgraça para o Rio e para o Brasil. Essas pessoas não têm qualquer compromisso com nada, a não ser o que é ruim", afirma.

Entre Romário (PL) e Daniel Silveira (PTB), Bolsonaro disse que "vai ter que decidir", ainda nesta semana. "A gente vai ter conversar, porque a gente tem que sacrificar. Não quero adiantar aqui, porque de um lado ou de outro, vão ficar chateados comigo, e não quero problema", explica.

Mesmo afirmando não acreditar nas pesquisas eleitorais, o candidato à reeleição ainda convoca seus eleitores a virarem votos, com base nas intenções de voto dos levantamentos. "Esse tipo de trabalho vocês têm que fazer na base aí para convencer as pessoas, para a gente fazer realmente uma bancada mais voltada para os interesses do Brasil e não para interesse pessoal. O Senado é muito importante para fazer um controle de poderes em Brasília", enfatiza.

Live proibida

Bolsonaro criticou a decisão do TSE de proibir que ele use as dependências do governo para lives nas redes sociais. "Vamos aguentar até dia 2 de outubro, se Deus quiser, a gente ganha no primeiro turno e um outro Brasil aparecerá pela frente", promete Bolsonaro.

A proibição foi determinada por uma decisão liminar do corregedor-geral do TSE, ministro Benedito Gonçalves, na última sexta-feira, 23. O magistrado mandou tirar do ar a "live" de quarta-feira, 21, em que Bolsonaro fez propaganda eleitoral usando a estrutura do Alvorada e também proibiu que o candidato à reeleição use recursos e instalações públicas para transmissões com cunho eleitoral.

Bolsonaro ainda disse que fará lives todos os dias, nesse mesmo horário, até o dia 2 de outubro. Mais cedo, após passeio de moto por Brasília, Bolsonaro disse que haveria "live" no Alvorada, residência oficial do presidente da República, hoje à noite. "Hoje vai ter live no Alvorada", desafiou. "É uma decisão estapafúrdia [do TSE]. Invasão de propriedade privada. Enquanto eu for presidente, é a minha casa", disse.

Estadão
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