Bolsonaro fracassou duas vezes em curso para ser 'kid preto'
Ex-presidente disse em 2019 que foi "deixado para trás" ao tentar ingressar nas Forças Especiais do Exército
Em 2019, durante uma sessão solene na Câmara dos Deputados, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) compartilhou uma frustração pessoal ao relatar suas tentativas de ingressar nas Forças Especiais do Exército, conhecidos como "kids pretos".
Bolsonaro revelou: "Tentei por duas vezes fazer o Curso de Comandos, mas, nos exames preparatórios, que não foram os físicos, fui deixado para trás". Ele lamentou não ter conseguido completar o curso. "Gostaria de ter tentado o Curso de Comandos e, quem sabe, uma vez aprovado, sabendo da dificuldade do curso, tentar ser Forças Especiais lá atrás. Não tive sucesso, mas estamos juntos nessa missão de bem zelar pelo nosso País", disse o ex-presidente na ocasião."
O vídeo que contém a fala do ex-presidente está registrado em seu próprio canal no YouTube, publicado no dia 15 de julho de 2019.
O termo "kids pretos" ganhou notoriedade recentemente, quando membros do grupo passaram a ser investigados por seu envolvimento em um plano de golpe de Estado após a eleição de 2022. A Polícia Federal prendeu quatro integrantes dessa unidade, incluindo o general da reserva Mário Fernandes, ex-assessor de Bolsonaro.
Fernandes, que também discursou na sessão de 2019, está sendo investigado por envolvimento em um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, além de coordenar atos antidemocráticos em Brasília.
Mário Fernandes, ex-secretário-executivo do Palácio do Planalto, é uma figura central na apuração do plano de golpe. De acordo com a Polícia Federal, ele atuava como orientador estratégico para caminhoneiros, produtores rurais e apoiadores de Bolsonaro que montaram acampamento em frente ao QG do Exército em Brasília, após as eleições de 2022.
A Operação Contragolpe, que investiga esse plano, fez referência a Bolsonaro, alegando que ele teria alterado um documento relacionado à "minuta do golpe". O ex-presidente, no entanto, tem negado qualquer envolvimento no esquema.