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Política

Bolsonaro indica que não desistiu do 'sonho' de nomear Ramagem como diretor da PF

29 abr 2020 - 17h10
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O presidente Jair Bolsonaro indicou nesta quarta-feira (29) que não desistiu ainda de nomear o delegado Alexandre Ramagem para o cargo de diretor da Polícia Federal (PF). Na cerimônia de posse dos novos ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, e advogado-geral da União, José Levi, Bolsonaro disse que, em breve, o "sonho" de nomear Ramagem se concretizará.

Pouco antes, a Advocacia-Geral da União (AGU) anunciou que não recorrerá da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que impediu o delegado de ocupar o cargo. "Eu gostaria de honrá-lo no dia de hoje dando-lhe posse como diretor-geral da Polícia Federal. Eu tenho certeza que esse sonho meu, mais dele, brevemente, se concretizará para o bem da nossa Polícia Federal e do nosso Brasil", declarou o presidente.

Como convidados, o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, e o ministro da Corte Gilmar Mendes acompanharam o discurso junto a outras autoridades. "Uma das posições importantes, e quem nomeia sou eu, é o do diretor-geral da Polícia Federal. A nossa Polícia Federal não persegue ninguém, a não ser bandidos. Um pequeno parêntese, respeito o Poder Judiciário. Respeito as suas decisões, mas nós, com toda certeza, antes de tudo, respeitamos a nossa Constituição", disse Bolsonaro. Ele afirmou que Ramagem é um homem "honrado, com vasto conhecimento, à altura de desempenhe de ser o chefe de segurança da Presidência da República", ao mencionar o comando da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Para esta quarta-feira, 29, também estava prevista a posse de Ramagem como novo diretor-geral da PF. Bolsonaro, contudo, editou decreto para tornar sem efeito a nomeação de Ramagem na função. A decisão, que consta em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), ocorreu após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal, ter suspendido a nomeação.

Moraes acatou mandado de segurança impetrado pelo PDT que questionava a ligação de Ramagem com a família do presidente e a possibilidade de interferência deste na PF. No decreto, Bolsonaro também torna sem efeito a exoneração de Ramagem do cargo de diretor-geral da Abin, posto que ocupava antes de ser indicado para a PF. Com isso, ele volta para a Abin.

Estadão
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