Bolsonaro insinua que Justiça prepara farsa para as eleições
Pouco antes da fala do presidente, o presidente do Supremo, Luiz Fux, fez um discurso destacando que não há "superpoderes" no País
Pouco depois de o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, ter defendido diálogo entre as instituições, o presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar sem provas a confiabilidade das urnas eletrônicas e insinuou que a cúpula do Judiciário estaria preparando uma "farsa" nas eleições do próximo ano com o objetivo de favorecer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"[A urna eletrônica] é confiável, é impenetrável. Queremos uma farsa no ano que vem ou uma eleição marcada pela suspeição?", questionou ele.
"Ah, quem perder entra na Justiça: quem vai analisar o recurso em última instância? Exatamente os que tiraram o cara [Lula] da cadeia, exatamente os caras que o tornaram elegível, exatamente os que contaram os votos. Vou recorrer para eles?", disse ele, ao emendar: "será que não conseguimos alcançar o risco que nós corremos?"
Após passar 560 dias preso por condenação na Lava Jato, Lula foi beneficiado por decisões do Supremo que primeiramente restabeleceu seus direitos e posteriormente anularam todas as suas condenações decorrentes da operação em Curitiba.
O petista tem aparecido na frente nas pesquisas de intenção de voto na disputa de 2022 pelo Palácio do Planalto.
Em discurso em um evento da assinatura do Acordo de Cooperação Técnica Água nas Escolas, em Brasília, Bolsonaro criticou mais uma vez a atuação do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, para barrar a adoção do voto impresso das urnas eletrônicas, embora não tenha citado o nome do magistrado.
"Chefe de poder tem limite. Não é o que eu quero, é o que vai ser", disse Bolsonaro, ao destacar que deve lealdade ao povo que o elegeu.
Pouco antes da fala de Bolsonaro, o presidente do Supremo, Luiz Fux, tinha feito um discurso no qual pregou diálogo e que o povo brasileiro jamais aceitaria a solução de uma crise fora dos limites da Constituição, destacando que não há "superpoderes" no País.