Bolsonaro lança campanha contra uso do fundo eleitoral
Presidente pede para brasileiros não votarem em candidatos que usam verba pública, mas diz que, no entanto, é obrigado cumprir lei eleitoral
O presidente Jair Bolsonaro lançou nesta sexta-feira, 10, uma campanha para que a população não vote em candidatos que usem dinheiro do fundo eleitoral, o chamado Fundão.
"Eu tenho um momento difícil lá frente que são os R$ 2 bilhões do fundão. Eu lanço a campanha aqui: não vote em parlamentar que usa o fundão", disse o presidente durante inauguração do novo pronto-socorro da Santa Casa de Misericórdia de Santos, no litoral paulista.
Bolsonaro, contudo, disse que é obrigado a cumprir o fundo eleitoral, em razão de lei aprovada em 2017. O fundo eleitoral é abastecido com dinheiro do Tesouro Nacional e se destina ao financiamento das campanhas políticas. Ele foi criado em 2017 para compensar as perdas impostas por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, dois anos antes, proibiu as doações de pessoas jurídicas para as campanhas eleitorais.
A distribuição da verba para candidatos fica a critério das cúpulas partidárias, que, em geral, privilegiam políticos com mandato. O valor de R$ 2 bilhões foi aprovado pelo Congresso em dezembro. Bolsonaro pode sancionar ou vetar o valor. Existe, ainda, o Fundo Partidário, que banca atividades do dia a dia das legendas.
Bolsonaro afirmou que foi eleito presidente com poucos recursos e apenas 8 segundos de tempo de televisão. "Quem quer muito tempo e dinheiro quer esconder a verdade", disse. "Quem já tem mandato tem se de fazer presente", recomendou.
Bolsonaro disse ainda que o governo tem buscado meios para quebrar monopólios econômicos e, assim, os preços do gás e do combustível possam cair.
No final de seu discurso, o presidente afirmou também que quem reclama com ele do IPTU está errado, pois o certo seria cobrar os prefeitos, uma vez que se trata de tributo municipal. Ele também disse que aqueles reclamam com ele do IPVA estão errados, pois, por ser um imposto estadual, a reclamação tem de ser feito aos governadores. "Todo o resto é comigo", disse.