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Política

Bolsonaro pede que aliados evitem falar com imprensa

Repórter da Folha de S. Paulo foi vaiada por apoiadores de Bolsonaro, que cercaram os jornalistas durante a coletiva.

11 out 2018 - 22h38
(atualizado às 22h58)
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A imprensa esteve no foco do candidato à Presidência pelo PSL nas eleições 2018, Jair Bolsonaro. Ainda pela manhã desta quinta-feira, 11, no Twitter, o presidenciável divulgou um texto sob o título "Imprensa Lixo!", no qual comentou o assassinato do mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa após uma discussão sobre política, na Bahia. À tarde, num hotel do Rio, pediu aos aliados para que não falem com a imprensa que, em sua opinião, "é toda de esquerda" e "quer arranjar um meio" de desgastá-lo.

Durante entrevista coletiva, a primeira desde o resultado primeiro turno das eleições 2018, Bolsonaro ainda garantiu que vai defender a liberdade de imprensa e que seu plano não inclui o controle social da mídia. "Pessoal da imprensa, porque não dizer amigos, queremos que vocês sejam realmente independentes e tenham responsabilidade em tudo aquilo que escrevem". Apesar da afirmação, alguns repórteres foram vaiados e hostilizados por partidários de Bolsonaro.

O candidato à Presidência da República Jair Messias Bolsonaro
O candidato à Presidência da República Jair Messias Bolsonaro
Foto: VANESSA ATALIBA/AGÊNCIA O DIA / Estadão

No texto postado no Twitter, Bolsonaro sugeriu que os jornais tentam prejudicá-lo ao afirmar que o assassino do mestre de capoeira é um eleitor seu. Bolsonaro escreveu que "o assassino não é um eleitor" e que "o crime não teve nada a ver com política". Costa foi assassinado na madrugada da segunda-feira, num bar de Salvador (BA), após se posicionar contra o candidato do PSL. O assassino, Paulo Sérgio Ferreira de Santana, deixou o bar e voltou com uma faca para matar o mestre de capoeira com 12 golpes.

Na coletiva de imprensa, o presidenciável retomou o tema e afirmou que o seu partido não pode "admitir crime nenhum"."Se foi uma pessoa que votou em mim, dispensamos esse tipo de voto. Quem quer que seja, cometeu um crime, tem de pagar."

Por cerca de 15 minutos, Bolsonaro falou abertamente à imprensa sobre temas do seu interesse. Em seguida, permitiu que jornalistas fizessem algumas perguntas. A primeira inscrita, uma repórter da Folha de S. Paulo, foi vaiada por apoiadores de Bolsonaro, que cercaram os jornalistas durante a coletiva. Foi preciso que o presidente do PSL, Gustavo Bebbiano, pedisse respeito à democracia para que permitissem que a repórter fizesse sua pergunta.

Pouco antes, no mesmo hotel, onde se encontrou com partidários e aliados, Bolsonaro já havia recomendado que não falassem com a imprensa. Ele se dirigiu em especial aos parlamentares eleitos, que, em sua opinião, devem ter "muito cuidado para lidar com a mídia."

"Eles não querem fazer uma matéria isenta, dizendo algo que você sonha. Ele (o repórter) quer arranjar uma maneira de pegar uma frase sua, uma escorregada, para me atacar", afirmou. O discurso foi transmitido no Facebook.

Ele ainda falou que a divulgação de notícias falsas nas redes sociais é uma característica própria do PT e acusou os adversários petistas pelo atentado sofrido em setembro. Bolsonaro foi atacado pelo pedreiro Adelio Bispo de Oliveira.

Estadão
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