Bolsonaro posta vídeo de abraço em criança e mantém silêncio sobre esquema de joias
Segundo a Polícia Federal, ex-presidente teria sido o beneficiário da venda de itens recebidos em viagens oficiais
Sem falar nada sobre a Operação Lucas 12:2, que investiga um esquema de venda de joias por seus aliados, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) postou na manhã deste sábado, 12, um vídeo curto em suas redes sociais no qual ele abraça uma criança. Com exceção da postagem, Bolsonaro tem mantido silêncio desde a deflagração da operação pela Polícia Federal nesta nesta sexta-feira, 11.
Na publicação em seu Twitter, o ex-presidente se resumiu a escrever "Bom sábado a todos!" e aparecer abraçando uma menina e posando com ela para fotos, em meio a apoiadores. Não há indicações de quando a gravação foi feita. No fundo do vídeo de 16 segundos, toca uma música dramática. Não há qualquer menção à operação em que a Polícia Federal aponta um esquema de venda de itens recebidos em viagens oficiais para enriquecer o ex-presidente.
- Bom sábado a todos! pic.twitter.com/C7EfhwxWrN
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) August 12, 2023
Os advogados de Bolsonaro se manifestaram na noite de sexta-feira, 11. Em nota, disseram que o ex-presidente "reitera que jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos".
A operação, que faz referência ao versículo bíblico que diz que "não há nada escondido que não venha a ser descoberto" tem como alvos o general Mauro César Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens Mauro Cid; o advogado Frederick Wassef, que representou o ex-chefe do Executivo; e o tenente Osmar Crivelatti, também ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Ela foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que argumentou que "há fortes indícios de desvios de bens de alto valor patrimonial".
De acordo com a PF, os montantes obtidos das vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal do ex-presidente, por meio de laranjas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores.
A ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL) também aparece no caso. Apesar de não ser investigada no caso que deu origem à operação, ela é mencionada em uma das trocas de mensagens entre os ex-ajudantes de ordens. O ex-assessor Marcelo Câmara fala para Mauro Cid que alguns dos objetos teriam desaparecido, atribuindo a Michelle a responsabilidade sobre um deles. "Porque já sumiu um que foi com a dona Michelle", afirmou.