Bolsonaro quer barrar relatório que Moraes pediu à PF sobre assessor
Via AGU, governo recorre ao STF para derrubar apuração envolvendo ajudante de ordens do presidente
O governo Bolsonaro, através da Advocacia-Geral da União (AGU), contesta uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que ordenou que a Polícia Federal produza um relatório sobre o coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do presidente, informa o jornal Folha de S. Paulo neste sábado, 7.
O relatório da PF deve se basear na quebra do sigilo telemático de Mauro Cid. Tanto Bolsonaro quanto seu ajudante são investigados em um inquérito que apura suposto vazamento de informações sigilosas sobre ataque hacker contra à Justiça Eleitoral no ano de 2018. A Procuradoria-Geral da República (PGR) havia pedido o arquivamento da investigação.
De acordo com o jornal, a AGU acusa Moraes de insistir em "diligências desnecessárias". Para o órgão, o ministro age com "absoluta ausência de necessidade para nova remessa dos autos à Polícia Federal" e "revela injustificável excesso de prazo e abuso investigatório".
A quebra do sigilo telemático do coronel Cid contribuiu em informações que constam no relatório da delegada federal Denisse Ribeiro, que atribuiu crime na atuação de Jair Bolsonaro, Mauro Cid e também do deputado Filipe Barros (PSL-PR) no caso do vazamento de informações. Na ocasião, a PGR negou a conduta criminosa e disse que os dados não estavam protegidos por sigilo.
Segundo a PF, a quebra de sigilo também levou a informações que indicam sua participação em uma live que Bolsonaro realizou em outubro do ano passado. Na ocasião, o chefe do Executivo citou uma falsa relação da vacina contra covid-19 e o vírus da Aids.