Bolsonaro rejeita falar em nome que poderia apoiar em 2026 para "não passar atestado de derrotado"
Apesar de não ter declarado apoio a ninguém, lideranças de partidos próximos a Bolsonaro já trabalham com nomes para as eleições de 2026
Na véspera do início do julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que poderá torná-lo inelegível, o ex-presidente Jair Bolso rejeitou falar em um possível nome que poderia apoiar para a sucessão presidencial de 2026, afirmando que não quer passar um "atestado de derrotado".
Em entrevista à CNN Brasil nesta quarta-feira, 21, em que se defendeu das acusações que enfrenta no processo do TSE, Bolsonaro disse que não considera a possibilidade de ser substituído por outro nome nas próximas eleições presidenciais.
"Hoje em dia quem representa a centro-direita no Brasil sou eu", vaticinou ele, ao emendar que está cedo para falar de 2026. "Não vou passar atestado de derrotado", reforçou, em outro momento.
Apesar de não ter declarado apoio a ninguém, lideranças de partidos próximos a Bolso já trabalham com nomes como o governador de São Paulo e ex-ministro dele, Tarcísio Freitas (Republicanos), para concorrer em 2026 ao Palácio do Planalto.
Bolso disse que considera as eleições de 2022 "página virada" e, embora tenha dado sinais na entrevista do cenário adverso no julgamento do TSE, ele afirmou que em 2026 a composição do tribunal será outra.
Indicados por ele para o Supremo Tribunal Federal (STF), os ministros Nunes Marques e André Mendonça devem integrar o colegiado eleitoral nas próximas eleições.
O ex-presidente afirmou que o ideal seria que algum ministro do TSE pedisse vistas logo no início do julgamento. Ele citou o fato de que Nunes Marques, que atualmente compõe o TSE, será o sexto dos sete integrantes do tribunal a votar e que a "fatura" já poderá estar decidida no momento do voto dele, ressaltando que um pedido de vista dele a essa altura seria "inócuo".
Bolso negou que tenha atacado o sistema eleitoral na reunião com embaixadores em julho do ano passado, um dos motivos que provocou a ação movida pelo PDT pela qual será julgada a partir da quinta pelo TSE. Disse que tem tido seu direito de defesa cerceado e que vai até a última instância em caso de derrota no julgamento pela corte eleitoral.