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Política

Bolsonaro repudia conflitos em Israel e destaca que Hamas parabenizou Lula após eleições

Grupo insurgente palestino parabenizou o petista pela vitória eleitoral, o chamando de 'lutador pela liberdade'. Lula não respondeu ao comunicado, e chamou as ações do Hamas de 'atentados terroristas' neste sábado, 7

7 out 2023 - 14h14
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Presidente Jair Bolsonaro com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no Muro das Lamentações, em Jerusalém
Presidente Jair Bolsonaro com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no Muro das Lamentações, em Jerusalém
Foto: Menahem Kahana/REUTERS

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) leu uma nota oficial de repúdio aos ataques do grupo insurgente Hamas contra Israel, que já deixou quase 300 pessoas mortas na manhã deste sábado, 7. Bolsonaro participa de um evento do PL Mulher em Belo Horizonte e destacou que o Hamas parabenizou a vitória eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em outubro do ano passado.

Nesta manhã, insurgentes palestinos da Faixa de Gaza realizaram um ataque sem precedentes no sul de Israel, disparando milhares de projéteis e deixando pelo menos 70 mortos. O governo israelense declarou que está "em guerra", e respondeu contra-atacando alvos em Gaza. Segundo autoridades palestinas, o número de vítimas na região chegou a 198

"Pelo respeito e admiração ao povo de Israel, repudio o ataque terrorista feito pelo Hamas, grupo terrorista que parabenizou Luiz Inácio Lula da Silva quando o TSE anunciou o vencedor das eleições de 2022. Fundado em 1948, por deliberação da ONU de 1947, em sessão presidida pelo diplomata brasileiro Oswaldo Aranha, Israel é um país irmão com profundos laços culturais e religiosos com o nosso povo", disse o ex-presidente..

No dia seguinte à eleição de Lula, o Hamas publicou uma pequena nota assinada por Busin Naim, membro da alta cúpula do grupo, que chamou o petista de "lutador pela liberdade". Naim também declarou que a vitória do presidente foi significativa para "todos os povos oprimidos em todo o mundo', particularmente para o povo palestino, pois ele [Lula] é conhecido pelo seu apoio forte e contínuo aos palestinos em todos os fóruns internacionais". Lula não deu respostas oficiais ao comunicado. A nota do Hamas pode ser lida neste link.

Bolsonaro também disse que, para que uma paz possa ser estabelecida na região de Israel e da Faixa de Gaza, as lideranças palestinas devem deixar de lado a violência armada e reconhecer o direito de Israel como estado soberano. Tanto a Palestina como o estado israelense não se reconhecem como nações independentes e vivem uma tensão politica e religiosa que já dura oito décadas, com um vasto histórico de conflitos e ataques bélicos perpetrados por ambos.

"Lamentamos as mortes de civis e militares israelenses, bem como condenamos o sequestro de mulheres e crianças pelos terroristas do Hamas para dentro da Faixa de Gaza. Para que a paz reine na região, lideranças palestinas precisam abandonar o terrorismo e reconhecer o direito de Israel a existir. Somente assim, um acordo entre as partes poderá existir. Shalom, Jair Bolsonaro", completou.

Lula chama ações do Hamas de 'ataques terroristas'

No início da tarde desta sábado, Lula se pronunciou no X (antigo Twitter) e disse que ficou "chocado com os ataques terroristas" realizados pelo Hamas contra Israel. O presidente prestou condolências aos familiares das vítimas e afirmou que repudia o terrorismo "em qualquer das suas formas". O petista também sugeriu que sejam feitas negociações para que um estado palestino conviva pacificamente com Israel "dentro de fronteiras seguras para ambos os lados".

"Conclamo a comunidade internacional a trabalhar para que se retomem imediatamente negociações que conduzam a uma solução ao conflito que garanta a existência de um Estado Palestino economicamente viável, convivendo pacificamente com Israel dentro de fronteiras seguras para ambos os lados", afirmou o petista.

Governo vai convocar reunião emergencial na ONU

O Ministério das Relações Exteriores condenou neste sábado, 7, os ataques de mísseis do Hamas a Israel, e afirmou que vai convocar uma reunião de emergência no Conselho de Segurança das Nações Unidas. O Brasil exerce ao longo deste mês de outubro a presidência rotativa do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, e tem a prerrogativa de convocar reuniões de última hora para discutir situações graves de segurança no mundo.

O Itamaraty também afirmou que a continuidade do conflito em Israel e na Palestina não é uma "alternativa viável" e considerou ser "urgente a retomada de negociações de paz". O governo brasileiro também pediu que os dois lados no confronto evitem a escalada da situação.

Leia a nota completa do Itamaraty

O governo brasileiro condena a série de bombardeios e ataques terrestres realizados hoje em Israel a partir da Faixa de Gaza, provocando a morte de ao menos 20 cidadãos israelenses, além de mais de 500 feridos. Expressa condolências aos familiares das vítimas e manifesta sua solidariedade ao povo de Israel.

Ao reiterar que não há justificativa para o recurso à violência, sobretudo contra civis, o governo brasileiro exorta todas as partes a exercerem máxima contenção a fim de evitar a escalada da situação.

Não há, até o momento, notícia de vítimas entre a comunidade brasileira em Israel e na Palestina.

O Brasil lamenta que em 2023, ano do 30º aniversário dos Acordos de Paz de Oslo, se observe deterioração grave e crescente da situação securitária entre Israel e Palestina.

Na qualidade de Presidente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil convocará reunião de emergência do órgão.

O governo brasileiro reitera seu compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas. Reafirma, ainda, que a mera gestão do conflito não constitui alternativa viável para o encaminhamento da questão israelo-palestina, sendo urgente a retomada das negociações de paz.

Estadão
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