Bolsonaro se diz perseguido e elogia Mauro Cid: 'Considero um filho'
Ex-presidente falou que não existem fundamentos para sua prisão
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, a quem disse considerar como um filho. Cid foi preso por suspeita de coordenar um esquema de fraudes em certificados de vacinação. As declarações foram dadas em entrevista à revista Veja nesta sexta-feira,19.
O antigo chefe do Executivo também declarou que não existem fundamentos para sua prisão, porém fez alegações, sem apresentar evidências, de que autoridades "importantes" discutiam prendê-lo antes do término de seu mandato, como uma forma de "prisão light" para, segundo ele, "carimbá-lo com a pecha de ex-presidiário".
"Para ter algum motivo que justificasse isso, eu precisaria ter feito pelo menos 10% do que ele fez. E eu fiz 0%. Algumas pessoas importantes, não vou dizer os nomes, já diziam antes de acabar o governo que querem me prender. Uma prisão light, apenas para me carimbar com a pecha de ex-presidiário" afirmou Bolsonaro, citando o caso ex-presidente boliviana Jeanine Áñez, presa e condenada à prisão sob acusação de atos antidemocráticos
Em outro trecho, Bolsonaro defendeu o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que foi preso por fraudes em certificados de vacinação. "Quem indicou o Cid foi o comando do Exército da época, mas ele me serviu muito bem. Nunca tive nenhum motivo para desconfiar dele, e não quero acusá-lo de nada. Eu tenho um carinho muito especial por ele. É filho de um general da minha turma, considero um filho ", disse.
O ex-presidente também afirmou que está sendo perseguido após deixar a Presidência: "O pessoal está vindo para cima de mim com lupa. Eu esperava perseguição, mas não dessa maneira. (...) É um esculacho. Todo o meu entorno é monitorado desde 2021. Quebraram os sigilos do coronel Cid para quê? Para chegar a mim."
Na última terça-feira, 16, Bolsonaro compareceu à sede da Polícia Federal, em Brasília, para prestar depoimento. Ele foi ouvido no inquérito que apura um suposto esquema de adulteração de cartões de vacinação contra a covid-19, que teria beneficiado a ele próprio além da filha, Laura Bolsonaro.