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Política

Bolsonaro sobre atos contra o governo: Deixa eles sozinhos

No domingo, ato a favor da democracia terminou em confusão na Avenida Paulista; presidente afirma 'não coordenar nada'

1 jun 2020 - 10h04
(atualizado às 10h09)
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Após ato a favor da democracia terminar em confusão em São Paulo no domingo, 31, o presidente Jair Bolsonaro recomendou, nesta segunda-feira, 1º, que os seus apoiadores evitem manifestações simultâneas. "Estão marcando domingo um movimento, né? Deixa sozinho o domingo (...) Já que eles marcaram para domingo, deixa domingo lá", recomendou Bolsonaro na saída do Palácio da Alvorada, pela manhã.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, diante do Ministério da Defesa, em Brasília
O presidente da República, Jair Bolsonaro, diante do Ministério da Defesa, em Brasília
Foto: Gabriela Biló / Estadão Conteúdo

Diferentemente do que ocorre em outros dias, Bolsonaro convidou os apoiadores a ficarem em área interna do Alvorada durante a conversa, distantes da imprensa. Ele afirmou que, agora, os jornalistas não poderão mais dizer que estão sendo agredidos pelo presidente. Em seguida, disse que a mídia não transmite a verdade.

Um de seus apoiadores, então, reclamou dos "caras de preto", uma referência à cor utilizada nos atos de domingo. "Precisamos acabar com esses caras de preto batendo na gente, presidente", disse o apoiador.

O presidente reagiu pedindo para que os bolsonaristas evitem fazer um ato no mesmo dia, e completou que não coordena nada, apenas prestigia as manifestações. Ontem, Bolsonaro esteve no ato que ocorreu em Brasília a favor do governo. "Eu não coordeno nada, não sou dono de grupo. Não participo de nada. Só vou prestigiar vocês que estão me apoiando. Vocês fazem um movimento limpo, decente, pela democracia, pela lei e pela ordem. Eu apenas compareço. Não conheço praticamente ninguém desses grupos. Eu acho que, já que eles marcaram para domingo, deixa domingo lá."

Na conversa com apoiadores, Bolsonaro voltou a defender a redução no controle de armas para a população, mas ponderou que o intuito é que os cidadãos possam se proteger de crimes. Ele também criticou o ex-ministro Sérgio Moro, dizendo que ele estava alinhado a outra ideologia.

Confronto na Avenida Paulista

Um ato no domingo contra o governo Bolsonaro, autointitulado pró-democracia e antifascista e organizado por grupos ligados a torcidas de futebol na Avenida Paulista, terminou em confronto entre manifestantes e apoiadores do presidente e também com a Polícia Militar - que interveio e usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o início de uma briga em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp).

A confusão, que durou ao menos uma hora, tomou conta da avenida e deixou um rastro de destruição: vidros quebrados, caçambas de lixo e entulho revirados e fogo ateado em objetos no meio da via. Seis pessoas foram detidas, segundo a PM.

Estadão
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