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Política

Bolsonaro sobre criação de sigla até março: "Muito difícil"

Processo de criação precisa ser feito até final de março para o partido lançar candidatos nas eleições municipais de 2020

18 dez 2019 - 10h10
(atualizado às 11h00)
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O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira, 18, que "pelo jeito" a coleta de assinaturas necessárias para criação do Aliança pelo Brasil terá de ser feita manualmente. Segundo Bolsonaro, por este método será muito difícil concluir o processo de criação da sigla até o final de março, ou seja, a tempo de lançar candidatos para as eleições municipais de 2020.

"Pelo jeito vai ter de recolher assinatura no braço. Se for no braço, vai ser difícil de fazer para março o partido. Muito difícil", disse Bolsonaro a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada.

Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto
10/12/2019
REUTERS/Adriano Machado
Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto 10/12/2019 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

A vontade do presidente era realizar uma coleta de assinaturas digitais para a criação de seu partido. Mas o método ainda não é permitido e regulamentado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O presidente se desfiliou em novembro do PSL, partido pelo qual foi eleito, em meio a disputas internas na legenda.

São necessárias cerca de 500 mil assinaturas válidas para tirar do papel o "Aliança", sigla conservadora, que defende Deus, armas e oposição a movimentos de esquerda, presidida por Bolsonaro e com forte presença de seus filhos.

O presidente disse ainda que, por limites legais, não pode usar canais oficiais para impulsionar a coleta de assinaturas. "Vocês acham que posso usar cadeia de rádio e televisão para o que eu quero. Não posso. Tem uma lei. Não posso ir além do que estou fazendo", declarou.

Dinheiro para campanha

Ao falar sobre uso de recursos para campanha eleitoral, Bolsonaro perguntou a seus apoiadores se deve sancionar ou vetar "os R$ 2 bilhões do fundo partidário". Ele ouviu, em coro, que deveria vetar o valor.

Não ficou claro, porém, se Bolsonaro se confundiu e queria, na verdade, tratar do "fundo eleitoral" de R$ 2,034 bilhões aprovado na terça-feira pelo Congresso. O valor é distribuído entre partidos para financiar campanhas eleitorais.

"Vamos supor que seja aprovado. O PT vai ganhar R$ 200 milhões para fazer campanha no ano que vem. Aquele pessoal do PSL lá, que mudou de lado, também vai pegar R$ 200 milhões", disse Bolsonaro.

Líderes do Centrão chegaram a articular para tentar aumentar o montante para R$ 3,8 bilhões, mas recuaram diante de sinalizações de que o presidente vetaria um valor maior.

Bolsonaro ainda afirmou aos apoiadores que foi injustamente acusado de abuso de poder econômico pela campanha eleitoral de 2018. "O fundo eleitoral foi no ano retrasado de R$ 1,7 bilhão. Meu partido, PSL, pegou R$ 10 milhões disso aí. Não usei nada, fiz uma vaquinha. E eu estou sendo acusado de abuso de poder econômico", disse.

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