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Política

Bolsonaro tentou reaver joias sauditas para evitar vexame internacional, diz Wajngarten

Defesa do político também afirma que ex-presidente e ex-primeira-dama só souberam das joias sauditas 14 meses depois da chegada dos itens

26 abr 2023 - 13h26
(atualizado às 13h36)
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Advogados e assessor de Bolsonaro em coletiva de imprensa
Advogados e assessor de Bolsonaro em coletiva de imprensa
Foto: Reprodução/GloboNews

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a afirmar que o político só teve conhecimento das joias sauditas enviadas como presente do príncipe Mohamed Bin Salman, 14 meses depois que os itens chegaram ao Brasil. Segundo Fabio Wajngarten, assessor do ex-presidente, quando teve conhecimento das joias, Bolsonaro tentou recuperá-las para "evitar um vexame internacional". 

"Nem o ex-presidente e nem a primeira-dama souberam dos presentes por 14 meses. Quando o ex-presidente soube, demandou ao seu assistente de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, que visse se havia alguma possibilidade, algum caminho de regularizar os referidos presentes. Bolsonaro demandou uma única vez a seu assistente de ordem a fim de evitar um vexame internacional, porque se não os presentes iriam a leilão por inação", disse Wajngarten. 

O advogado Paulo Cunha Bueno, que compõe a defesa do ex-presidente, alegou que Michelle Bolsonaro não foi convocada a depor na investigação referente as joias sauditas. "Não vemos motivos para a primeira-dama prestar depoimento", disse Bueno. 

O caso das joias sauditas foi revelado em uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, que mostrou que um estojo com joias milionárias e uma escultura foram retidos pela Receita Federal em 2021, no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Os itens estavam na bagagem da comitiva do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que retornava de uma viagem oficial ao Oriente Médio.

Segundo as investigações, representantes da Presidência da República teriam pressionado servidores da Receita Federal para conseguir a liberação das joias nos últimos dias do governo Bolsonaro, em 2022.

A defesa, no entanto, nega que tenha ocorrido essa pressão por parte do governo. "Não houve pressão para liberar as joias, no final do governo queriam resolver as questões e falaram sobre os kits de presentes", disse o advogado Daniel Tesser. 

Segundo Tesser, os kits de joias vieram ao Brasil fechados e ninguém da comitiva sabia do que tratava-se até chegar no País. "O almirante Bento, que era então ministro de Minas e Energia, colocou um kit na mala de mão dele e os outros presentes, como café, perfume, tâmaras. No aeroporto, os itens foram detidos por se tratarem de alimentos, que muitas vezes não pode entrar no país. E o kit feminino [de joias] ali estava. Foi quando Bento viu o kit e naquele momento achou que era algo para primeira-dama, mas não era, porque era um presente para presidência". 

O advogado também afirmou que Bolsonaro não tem influência nenhuma sobre os funcionários do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH), departamento que, segundo ele, declarou as joias como itens personalíssimos e as classificaram como acervo privado de interesse público. 

O GADH é um departamento que presta serviços ao Gabinete Pessoal da Presidência da República e é responsável pela recepção e triagem dos presentes oficiais. Recentemente, uma funcionária do departamento afirmou à PF que Michelle Bolsonaro recebeu em mãos, no fim do ano passado, - quando ainda era a primeira-dama -, o segundo kit de joias enviado pelo governo da Arábia Saudita. 

Fonte: Redação Terra
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