Bolsonaro vai a Minas no aniversário da facada em meio ao calvário de aliados do PL em cidades-chave
Além de Belo Horizonte, ex-presidente estará em Contagem e Juiz de Fora, onde prefeitas do PT lideram as pesquisas de intenção de votos
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) encontrará cenário desfavorável quando desembarcar em Minas Gerais na quinta-feira, 5. Candidatos do PL apoiados por ele estão atrás nas pesquisas eleitorais em três dos maiores colégios eleitorais do Estado e há divisões claras na direita em pelo menos dois deles.
Na capital Belo Horizonte, Bruno Engler (PL) disputa a segunda vaga no segundo turno com outros quatro candidatos. Prefeitas do PT lideram a corrida pela reeleição em Contagem, terceira cidade com mais eleitores, e em Juiz de Fora, quarto maior colégio eleitoral mineiro.
A presença de Bolsonaro no município da Zona da Mata mineira foi programada para coincidir com o aniversário de seis anos da facada que ele sofreu durante a campanha presidencial no dia 6 de setembro de 2018. Após uma motociata, Bolsonaro discursará na esquina das rua Halfeld e Batista de Oliveira, exatamente o local em que sofreu o atentado.
O evento foi intitulado de "Ato de Comemoração dos 6 anos de Renascimento do ex-presidente Jair Bolsonaro em Juiz de Fora". Ele estará acompanhado da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL), do deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e de Charlles Evangelista (PL), candidato a prefeito apoiado por ele.
A viagem de Bolsonaro a Minas coincidirá com a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Uberlândia. Ele vai à cidade na quinta-feira para inaugurar a ampliação de um hospital universitário. Contudo, a candidata do PT a prefeita, deputada federal Dandara (PT), não vai participar por se tratar de um evento do governo e não de campanha, mas vai se encontrar com Lula a portas fechadas. O PL não lançou candidato no município e apoia o atual vice-prefeito, Paulo Sérgio (PP).
"Eu acredito que a presença do Bolsonaro pode ajudar os candidatos do PL a subirem nas pesquisas nessas cidades [Belo Horizonte, Contagem e Juiz de Fora]", avalia o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos), principal nome do bolsonarismo em solo mineiro ao lado do deputado federal Nikolas Ferreira.
Minas Gerais é considerado um Estado decisivo porque, com suas divisões regionais, serve como termômetro do restante do País. Desde a primeira eleição presidencial pós-redemocratização em 1989, todos os presidentes do Brasil também venceram em solo mineiro. No último pleito, Lula ganhou de Bolsonaro no Estado por 50,2% a 49,8%, uma diferença de pouco mais de 49 mil votos.
"Se pesquisa valesse alguma coisa, Dilma hoje seria senadora e Zema não teria sequer ido para o segundo turno em 2018, entre outros escândalos que se revelam na hora que a urna abre. Isso não me incomoda nem um pouco", disse Amaral.
Ele cita o cenário espontâneo da pesquisa, quando a lista de candidatos não é apresentada aos entrevistados, para sustentar que a eleição está aberta. Neste caso, 42,9% não responderam ou não souberam dizer em quem votariam, 37,2% disseram que votariam na prefeita petista e apenas 2,9% no candidato de Bolsonaro.