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Política

Bolsonaro volta a colocar em dúvida o resultado da eleição de 2018 no 1º turno

14 jan 2022 - 13h32
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Em ano eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a colocar em dúvida o resultado do pleito de 2018, quando ele foi eleito. Durante um evento em Macapá, o chefe do Executivo disse, sem apresentar provas, que deveria ter ganhado as eleições em primeiro turno. Na capital do Amapá, ele participou do lançamento de um cabo de fibra óptica submerso em rios, por meio do Programa Norte Conectado, que tem o objetivo de expandir a infraestrutura de comunicações na Região Amazônica.

"Estávamos à beira do socialismo, um país mergulhado em corrupção. Um país parecendo que não tinha um norte. Quis Deus que eu, sobrevivendo a uma facada, de um integrante do PSOL, também conseguisse, sem partido, sem marqueteiro e sem televisão... ganhamos as eleições, que era para ter ganho no primeiro turno, se fossem umas eleições limpas no primeiro turno", declarou o presidente em discurso no evento.

Na eleição de 2018, Bolsonaro obteve 46,03% dos votos válidos no primeiro turno. Para que não houvesse segundo turno, o então candidato teria de ter alcançado mais de 50%. O presidente já chegou a dizer que teria supostas provas de que teria vencido o pleito daquele ano no primeiro turno, mas nunca as apresentou. No ano passado, o chefe do Executivo subiu o tom ao colocar em dúvida a integridade das urnas eletrônicas. Recentemente, voltou a dizer que foram identificadas "inconsistências" e "vulnerabilidades" nas urnas.

Bolsonaro aproveitou também o evento de hoje para acenar para suas principais bases eleitorais. "É um governo que fala, com orgulho, que acredita em Deus, que respeita os seus militares, que defende a família brasileira e que deve lealdade a seu povo", disse. "Em nosso governo tem realização e não tem corrupção", acrescentou Bolsonaro.

Ano eleitoral

Como mostrou o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o presidente estreou o ano eleitoral com entrevistas - a maioria para órgãos de imprensa alinhados ao governo - participação em culto evangélico e a presença em partida de futebol organizada por cantores sertanejos. Entre a alta hospitalar, em São Paulo, na semana passada, e esta quarta-feira, 12, o chefe do Executivo reservou sete horas de sua agenda para esses compromissos.

Em uma semana, Bolsonaro voltou a criticar os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, seus alvos prediletos no Supremo Tribunal Federal (STF), e escalou o conflito com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em torno da vacinação infantil contra a covid-19. Para completar, deu nova declaração de tom preconceituoso contra o governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), e usou a inflação de 10,67% de 2015, no governo Dilma Rousseff, para justificar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 10,06% em 2021.

Estadão
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