Bolsonaro volta a defender 'cidadãos de bem' armados
Presidente afirma que pretende avançar com pauta e diz que oposição trava discussão no País
Após pedir apoio para o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), candidato do governo à presidência da Câmara, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira, 12, que pretende avançar com a pauta armamentista no País. A apoiadores, Bolsonaro destacou querer que "cidadãos de bem" tenham armas porque isso representa uma garantia de liberdade.
"Povo armado é povo que não será escravizado. Isso passa pelas direções da Câmara e do Senado", disse o presidente, em conversa com eleitores, no Palácio do Planalto. "A gente quer que as questões sejam votadas e não sejam travadas porque quem faz a pauta são o presidente da Câmara e do Senado e, se não bota em votação, não tem como a gente buscar soluções para muita coisa".
"Eu quero destravar a questão de armas no Brasil. Em 2020, vendemos quase o dobro de armas quem em 2019, armas legais", afirmou o presidente. "Quero que vocês, cidadãos de bem, tenham armas porque a arma é uma liberdade para vocês. É a garantia de que você, dentro da casa, vai dar o direito da sua família ser protegida".
Bolsonaro disse que partidos da oposição, como PT, PCdoB e PSOL, travaram a pauta do Congresso nos últimos dois anos. Foi então que cobrou apoio a Lira, com o argumento de que era preciso evitar que as pautas prioritárias do Executivo ficassem paradas.
Nesta segunda-feira, 11, Bolsonaro também já havia falado sobre a questão do porte de arma em conversa com simpatizantes. Sem entrar em detalhes, ele afirmou que, a depender de quem ganhasse a eleição à presidência da Câmara, um projeto de lei do Executivo que amplia o porte de armas poderia ser colocado em votação no plenário. Observou, ainda, que existem três decretos relativos ao porte de armas por colecionadores, atiradores esportivos e caçadores (CACs) prestes a ser publicados.
Como antecipou o Estadão, governadores já se mobilizaram contra os projetos de lei orgânica das polícias Civil e Militar que restringem o seu poder político sobre as tropas armadas e os bombeiros, em todo o País. Muitos apontaram inconstitucionalidades e interferência política do Palácio do Planalto nas polícias, uma das bases eleitorais de Bolsonaro.