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Bolsonaro

Bolsonaro liga para aliados, reforça apoio a Marinho e pede voto 'contra o PT' no Senado

Ex-presidente, que está nos EUA, atende a pedido de Valdemar e entra na campanha de ex-ministro, que desafia Rodrigo Pacheco, apoiado por Lula

28 jan 2023 - 05h10
(atualizado às 10h04)
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Presidente Jair Bolsonaro
Presidente Jair Bolsonaro
Foto: REUTERS/Ranu Abhelakh

BRASÍLIA — A campanha de Rogério Marinho (PL-RN) à presidência do Senado conta agora com um reforço vindo dos EUA. Desde a sexta-feira, 27, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está na Flórida, começou a telefonar para aliados pedindo que votem em Marinho e, principalmente, "contra o PT", na quarta-feira, quando haverá eleições para a presidência da Câmara e do Senado.

Foi o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, quem solicitou a ajuda. Ex-ministro do Desenvolvimento Regional, Marinho vai desafiar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que é candidato à reeleição e concorre com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT. Corre por fora o senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que se lançou como avulso e é visto como linha auxiliar de Marinho.

A trinca do Centrão, formada por PP, PL e Republicanos, oficializará neste sábado o bloco pró-Marinho. Os três partidos reúnem 23 senadores e, para ser eleito, o candidato precisa de 41 votos.

Diante do favoritismo de Pacheco, aliados de Marinho recorrem nas redes sociais à estratégia do "gabinete do ódio", instalado no Palácio do Planalto durante o governo Bolsonaro, na tentativa de desconstruir o adversário.

O ex-presidente foi acionado por Valdemar para tentar virar votos de antigos aliados que podem apoiar Pacheco, como Romário (PL-RJ) e Wellington Fagundes (PL-MT). Romário teve dificuldades para ser eleito porque Bolsonaro decidiu apoiar Daniel Silveira (PTB-RJ), ex-deputado cassado por ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também já postou várias mensagens nas redes ao lado de Marinho.

Temas como impeachment de ministros do STF, redução da maioridade penal e até a tentativa de golpe no dia 8 têm sido usados na campanha como se a disputa fosse um terceiro turno entre Lula e Bolsonaro. Com a votação secreta, todos temem traições.

"Não queremos uma caça às bruxas, mas é preciso resgatar a autoridade que o Congresso perdeu", disse Valdemar, sem dirigir ataques diretos ao STF.

Girão admitiu que as candidaturas de oposição a Pacheco querem "enfrentar" o Judiciário. "O restabelecimento da liberdade passa pela análise de pedidos de impeachment de ministros do Supremo. Não vamos segurar isso, não", afirmou.

Enquanto o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), só tem como opositor o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) - que lançou candidatura para marcar posição -, no Senado, Pacheco é alvo da chamada milícia digital. Foram criadas hashtags como #PachecoNuncaMais e #EleNao.

Além disso, circulam posts com as inscrições "PT está fechado com Pacheco" e "Pacheco é Lula". Uma das mensagens pede que senadores não aceitem o "encabrestamento" do STF nem a transformação do Brasil numa "fazenda comunista", um dos bordões do bolsonarismo.

Estadão
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