Caso das joias: 'Aguardaremos outras', Bolsonaro ironiza correção da PF sobre valores em relatório
Em publicação nas redes sociais, o ex-presidente voltou a dizer que não desviou joias dadas à Presidência por autoridades estrangeiras
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ironizou, nas redes sociais, um erro numérico que constou em relatório da Polícia Federal sobre a apuração de suposto esquema para venda ilegal de joias dadas à Presidência, tornado público nesta segunda-feira, 8..
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Inicialmente, a PF apontou que os valores movimentados pela associação criminosa com Bolsonaro giravam em torno de R$ 25 milhões. Depois, a informação foi corrigida: na verdade, o valor apurado é de 1,2 milhão de dólares ou R$ 6,8 milhões. "Aguardaremos muitas outras correções", escreveu Bolsonaro (veja abaixo).
A publicação foi feita na conta do ex-presidente no X (antigo Twitter) no começo da noite desta segunda-feira, replicando o título de uma publicação da Folha de S. Paulo que destaca o erro corrigido pela PF. Os números citados constam em relatório da Polícia Federal remetido ao Supremo Tribunal Federal (STF).
. Aguardemos muitas outras correções. A última será aquela dizendo que todas as joias "desviadas" estão na CEF, Acervo ou PF, inclusive as armas de fogo.
. Aguarda-se a PF se posicionar no caso Adélio: "quem foi o mandante?"
. Uma dica: o delegado encarregado do inquérito é o… pic.twitter.com/yZTKupopD3
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) July 8, 2024
Bolsonaro voltou a dizer que não desviou as joias ao citar a notícia: "Aguardemos muitas outras correções. A última será aquela dizendo que todas as joias "desviadas" estão na CEF, Acervo ou PF, inclusive as armas de fogo".
Ele diz ainda que 'aguarda-se a PF se posicionar no caso Adélio [Bispo]', indicando o mandante da facada, e afirmou que 'o delegado encarregado do inquérito é o atual Diretor de Inteligência'. Em junho passado, a PF concluiu que Adélio Bispo agiu sozinho no ataque ao então candidato à Presidência da República, em 2018.
Associação criminosa pelo desvio de joias
A Polícia Federal concluiu, no caso do suposto esquema de venda ilícita de joias recebidas pela Presidência, que uma associação criminosa foi montada no governo Jair Bolsonaro (PL) para o desvio de bens destinados ao acervo público brasileiro. O valor movimentado apurado pela PF gira em torno de 1,2 milhão de dólares ou R$ 6,8 milhões.
Segundo a investigação, a associação criminosa integrada por Bolsonaro e 11 de seus aliados usou a estrutura do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica para 'legalizar' a incorporação dos bens de alto valor, presenteados por autoridades estrangeiras, ao acervo privado do ex-chefe do Executivo.
Após a conclusão das investigações, a PF indiciou o ex-presidente, além de outras 11 pessoas, por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Os advogados Fabio Wajngarten e Frederico Wasseff, além do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, também serão indiciados.
Nota da defesa do Presidente @jairbolsonaro referente ao caso das jóias. pic.twitter.com/Ucu3zyZpNp
— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) July 8, 2024
Moraes determina quebra de sigilo
O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou nesta segunda, 8, que a Procuradoria-Geral da República (PGR) analise o relatório da PF que pediu o indiciamento de Bolsonaro e outras 11 pessoas no caso das joias sauditas. A PGR tem 15 dias para analisar o material.
A fase de indiciamento é quando a polícia (Polícia Federal neste caso) identifica que há elementos de crime. A investigação aponta que Bolsonaro praticou os seguintes crimes: peculato (apropriação de bens públicos), associação criminosa e lavagem de dinheiro. Bolsonaro nega irregularidades e diz que há perseguição contra ele.
Na decisão, o ministro, relator do caso, retirou o sigilo do inquérito e determinou acesso aos advogados dos citados. Caberá à PGR se debruçar sobre o caso e decidir se aprofunda as investigações, arquiva o caso ou avança propondo uma ação judicial.
*Com informações de Estadão Conteúdo.