Entorno de Bolsonaro espera por denúncia da PGR e vê STF em 'encruzilhada', diz jornal
Na última semana, Bolsonaro foi indiciado no inquérito das joias
Em meio aos avanços de investigações da Polícia Federal (PF), aliados de Jair Bolsonaro (PL) já esperam que a Procuradoria-Geral da República (PGR) faça uma denúncia contra o ex-presidente, segundo o blog de Malu Gaspar, do jornal O Globo.
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Na última semana, Bolsonaro foi indiciado pela PF por associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos no inquérito das joias. Agora, a PGR vai decidir se e quando apresenta denúncia contra o ex-presidente. Se a acusação for feita e aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ele se torna réu.
No entanto, conforme aliados, apesar do desgaste com esse caso das joias, a avaliação é de que é no caso da trama golpista -- cuja previsão é de que relatório seja concluído ainda nesta semana --, que surjam acusações mais graves contra Bolsonaro. Com um possível novo indiciamento, isso poderia "pavimentar o caminho" para prisão do ex-presidente.
Apesar disso, o entorno de Bolsonaro vê que o STF ficará numa encruzilhada. Por um lado, uma prisão pode gerar instabilidade para o País, com populares querendo sua soltura, e o ex-mandatário reforçar o discurso de perseguição política. Por outro, se absolvido, o Supremo "será considerado um covarde, capturado pela direita".
Ainda conforme o jornal, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, quer evitar ser acusado de agir politicamente ou que haja um uso político do caso das joias na campanha eleitoral. Se a PGR não tomar uma decisão até dia 16 de agosto, que é quando inicia a propaganda eleitoral, só será feita depois do segundo turno das eleições.
Indiciamento de Bolsonaro
Jair Bolsonaro foi indiciado pela PF no inquérito das joias, na quinta-feira, 4. Além dele, outros 11 aliados foram indiciados, como seu assessor de imprensa e advogado, Fabio Wajngarten. (Veja a lista completa aqui).
Quando era presidente, Bolsonaro recebeu três pacotes de joias do governo saudita, avaliados em R$ 16,5 milhões. Segundo a PF, o governo do ex-presidente teria tentado trazer as joias ao Brasil de forma ilegal. Bolsonaro e ex-assessores são investigados por se apropriarem indevidamente dos itens.
Na última segunda-feira, 8, o ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo do inquérito e deu 15 dias para que Gonet se manifeste sobre o caso. Com mais de 400 páginas, o relatório da PF traz uma série de elementos que indicam a participação de Bolsonaro no desvio e na venda de presentes de luxo recebidos durante seu mandato na Presidência da República. Mensagens, fotografias e documentos analisados pela investigação mostram que o ex-presidente sabia do esquema que, segundo a PF, desviou R$ 6,8 milhões em joias da União. A defesa do ex-presidente nega irregularidades.
Leia mais: Caso das joias: PF reúne oito provas contra Bolsonaro no esquema de desvio de presentes
*Com informações do Estadão Conteúdo.