'Implacável perseguição', diz Bolsonaro sobre operação da PF contra Ramagem
Ex-presidente compartilhou vídeo do deputado Alexandre Ramagem se defendendo e, em lista de transmissão do WhatsApp, comentou sobre o caso
Jair Bolsonaro classificou a operação da Polícia Federal que investiga um suposto esquema de espionagem ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que tem como uma dos alvos o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), é uma "implacável perseguição".
O comentário foi feito por meio de sua lista de transmissão no WhatsApp, nesta quinta-feira, 2, segundo Igor Gadelha, colunista do Metrópoles.
Em suas redes sociais, Bolsonaro compartilhou um vídeo em que Ramagem se defende e nega irregularidades.O deputado federal foi diretor da Abin no governo de Jair Bolsonaro. Ele esteve à frente do órgão no período em que os servidores teriam utilizado a estrutura estatal para localizar os alvos da espionagem, entre julho de 2019 e abril de 2022.
Operação Vigilância Aproximada
Equipes da Polícia Federal (PF) cumprem na manhã desta quinta-feira, 25, mandados de busca e apreensão em endereços ligados a suspeitos de participar de um esquema na Abin para monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas.
Conforme as investigações, a organização criminosa utilizava ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial. A Polícia Federal estima que 30 mil cidadãos brasileiros foram monitorados ilegalmente durante o governo de Jair Bolsonaro. Todos esses dados foram armazenados em Israel.
Entre os 21 mandados de busca e apreensão, a Polícia Federal faz buscas no gabinete de Ramagem e no apartamento funcional da Câmara ocupado atualmente pelo parlamentar, que é pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro com o apoio do ex-presidente Bolsonaro.
Também são cumpridas medidas cautelares diversas de prisão, incluindo a suspensão imediata do exercício das funções públicas de sete policiais federais. Os mandados são cumpridos em Brasília (DF), Juiz de Fora (MG), São João Del Rei (MG) e Rio de Janeiro (RJ).
Os nomes dos demais alvos não foram divulgados. Os investigados podem responder pelos seguintes crimes:
- invasão de dispositivo informático alheio;
- organização criminosa; e
- interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.